"O diálogo é o encontro amoroso dos homens que, mediatizados pelo mundo (...) o transformam e, transformando-o, o humanizam para a humanização de todos"
Paulo Freire
Paulo Freire
"Bioenergia, agroecologia, nutrição animal, farmacêutica animal e genômica são algumas das áreas em ascensão no campo das ciências agrárias". Assim começa uma das reportagens do cadernos especial deste domingo, da Folha de São Paulo, sobre o Guia da Pós Graduação/ empregos.
Indo nesse mesmo debate, a dissertação de mestrado de Ernani Jardim Reis foi intitulada: Educação Agrícola em bases agroecológicas - Uma proposta de programa de qualificação para extensionistas rurais. Ela foi apresentada pela UFRRJ - Programa de pós Graduação em educação Agrícola em 2008. O trabalho documental consistiu em análise detalhada de 14 programas credenciados pela CAPES, que tratam de agroecologia, desenvolvimento sustentável e educação agrícola., com entrevistas à extensionistas rurais. Como resultados da pesquisa, as demandas resultantes das análises dos questionários respondidos por extensionistas rurais indicam claramente a existencia de uma lacuna nos atuais cursos de pós graduação.
Como premissa metodológica básica, a Agroecologia sugere a participação, o diálogo entre os saberes (entre agricultor - extensionista/pesquisador), assim como o uso das Metodologias participativas. Ernani sugere em seu trabalho, um programa baseado na pedagogia da alternancia e na transdisciplinaridade.
O primeiro a colocar em prática a Alternância foi o Padre Abbér Granereau, pároco de uma pequena capela localizada num lugar chamado Serignal-Péboldol, no interior da França, que em 21 de novembro de 1935 fundou a primeira “Maison Familiale” ou Casa Familiar (escola da Família). Faz parte da escola da Família (EFA) uma área rural e, em parte esta propriedade é a extensão de terra que a família do aluno trabalha. Este pequeno pedaço de terras observa as seguintes finalidades: a) produzir alimentos para a Escola, o excesso vai para o mercado: frutas, verduras, cereais, carnes (principalmente de pequenos animais), leite, etc, para ajudar o custeio da Escola da FAmilia; b) enriquecer o programa curricular da pedagogia da alternância, proporcionando aos alunos alguns momentos de observação direta de aspectos bio-físicos e técnicos
Esta modalidade de ensino não era com o intuito de formar alunos como nas escolas tradicionais, mas sim para fazer com que os filhos de lavradores e até mesmo os próprios lavradores desenvolvessem uma forma mais digna e lucrativa para a vida no campo.
A Pedagogia da Alternancia vem sendo praticada em algumas instituições de ensino. Segundo trabalho de Rosemary Nicácio, ela foi implantada em três Escolas Técnicas Agrícolas do CEETEPS (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza) no Estado de São Paulo em 1998, como uma proposta inovadora para o meio rural. Os movimento sociais como MST também fazem uso da pedagogia da alternancia, que recebe também influencia de Paulo Freire, autor de diversos livros como a Pedagogia do Oprimido.
Pensar a pedagogia e o ensino nos obriga a rever muitas coisas. Tantas propostas pedagógicas que as vezes permanecem apenas em sua inerte teoria. Tive contato com a Pedagogia Waldorf, onde minha filha trouxe experiências belíssimas, após 2 anos na Aitiara, em Botucatu. (www.aitiara.org.br) A porposta, criada por Rudolf Steiner (criador da Agricultura Biodinâmica) muito encanta com sua sensibilidade para com o olhar da criança ao aprender, respeitando seus ciclos e natureza original, porém as vezes assusta, pela forte discrepância frente a realidade que vivemos.
Atualmente minha filha estuda em uma escola Construtivista (http://www.novaescola.g12.br/ Nova Escola). Segundo Wikipedia, Esta concepção do conhecimento e da aprendizagem que deriva, principalmente, das teorias de Jean Piaget e da pesquisa sócio-histórica de Lev Vygotsky. Parte da idéia de que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.
Até onde a construção do conhecimento se dá na prática eu não sei bem. Acho que no fundo, apenas me simpatizo com a proposta, confiando naquele ambiente escolar (infra-estrutura, área verde, trabalhos apresentados, etc.) para a educação de minha filha. O destaque para a preocupação com o meio-ambiente e para com as relações sociais são bem relevantes. Procuro estar atenta, mesmo ciente de que nunca saberei o que será o melhor. Prefiro ir sentindo o caminho...e sem querer perceber que o destino escolhido faz parte de uma área em ascenção, como a Agroecologia!
Para pensar...:
Fontes:
Esta modalidade de ensino não era com o intuito de formar alunos como nas escolas tradicionais, mas sim para fazer com que os filhos de lavradores e até mesmo os próprios lavradores desenvolvessem uma forma mais digna e lucrativa para a vida no campo.
A Pedagogia da Alternancia vem sendo praticada em algumas instituições de ensino. Segundo trabalho de Rosemary Nicácio, ela foi implantada em três Escolas Técnicas Agrícolas do CEETEPS (Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza) no Estado de São Paulo em 1998, como uma proposta inovadora para o meio rural. Os movimento sociais como MST também fazem uso da pedagogia da alternancia, que recebe também influencia de Paulo Freire, autor de diversos livros como a Pedagogia do Oprimido.
Pensar a pedagogia e o ensino nos obriga a rever muitas coisas. Tantas propostas pedagógicas que as vezes permanecem apenas em sua inerte teoria. Tive contato com a Pedagogia Waldorf, onde minha filha trouxe experiências belíssimas, após 2 anos na Aitiara, em Botucatu. (www.aitiara.org.br) A porposta, criada por Rudolf Steiner (criador da Agricultura Biodinâmica) muito encanta com sua sensibilidade para com o olhar da criança ao aprender, respeitando seus ciclos e natureza original, porém as vezes assusta, pela forte discrepância frente a realidade que vivemos.
Atualmente minha filha estuda em uma escola Construtivista (http://www.novaescola.g12.br/ Nova Escola). Segundo Wikipedia, Esta concepção do conhecimento e da aprendizagem que deriva, principalmente, das teorias de Jean Piaget e da pesquisa sócio-histórica de Lev Vygotsky. Parte da idéia de que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada.
Até onde a construção do conhecimento se dá na prática eu não sei bem. Acho que no fundo, apenas me simpatizo com a proposta, confiando naquele ambiente escolar (infra-estrutura, área verde, trabalhos apresentados, etc.) para a educação de minha filha. O destaque para a preocupação com o meio-ambiente e para com as relações sociais são bem relevantes. Procuro estar atenta, mesmo ciente de que nunca saberei o que será o melhor. Prefiro ir sentindo o caminho...e sem querer perceber que o destino escolhido faz parte de uma área em ascenção, como a Agroecologia!
Para pensar...:
Paulo Freire se insurgia contra um provérbio popular:: "Minha liberdade termina quando começa a liberdade do outro". Não - dizia ele - a minha liberdade termina quando termina a liberdade do outro. Se o outro não é livre eu também não sou livre. A minha liberdade acaba quando acaba a liberdade do outro.
http://www.paulofreire.org
http://www.pedagogiadaalternancia.com/historico.htm
Tese Educação agricola com base Agroecológica, disponivel em: http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/37621463.html
Tese sobre Pedagogia LAternancia: http://biblioteca.universia.net/html_bura/ficha/params/id/27385080.html
Moacir GADOTTI LIÇÕES DE FREIRE
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