Se não mata intoxica, adoece vários agricultores e trabalhadores rurais.
Inúmeros casos de desmaios, intoxicação, coma
(inclusive um desses exemplos foi com meu namorado),
suícidos e morte já aconteceram por causa dos VENENOS que são aplicados nos alimentos.
Já não me importo tanto com a dosagem que consumimos no alimentos, diariamente. O que me preocupa são os trabalhadores que são submetidos incoscientemente à utilizarem diretamente esses venenos em prol de uma maior produção, do lucro e do modelo tecnológico vigente em nossa sociedade.
o direta dos agricultores familiares com os agricultores. O Programa Nacional de
Alimentação Escolar precisa ser efetivado, uma alimentação de melhor
qualidade nas escolas, que o dinheiro público usado para alimentação escolar
seja destinado à compra da agricultura familiar – a lei aprovada ano passado
obriga que no mínimo 30% seja destinado para a compra da agricultura
familiar; temos que lutar para que esta conquista seja efetivada.’’
Entidades lançam campanha nacional contra agrotóxicos
31 de março de 2011
da RadioagênciaNP
Mais de 20 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais,
entidades ambientalistas e grupos de pesquisadores lançam oficialmente no
próximo dia 7 de abril a Campanha Permanente contra o Uso dos Agrotóxicos no Brasil.
A campanha pretende abrir um debate com a população sobre a falta de
fiscalização, uso, consumo e venda de agrotóxicos, a contaminação dos solos
e das águas e denunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores,
das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades.
A campanha prevê a realização de atividades em todo o país. Em Brasília,
mais de 2 mil pessoas farão um ato para denunciar a responsabilidade do
agronegócio pelo uso abusivo de agrotóxicos no país.
O Brasil está em primeiro lugar no ranking dos países que mais usam agrotóxicos no mundo desde 2009. Para se ter uma ideia da dimensão, é como
se cada brasileiro consumisse, ao longo do ano, cinco litros de veneno.
O secretário-executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Denis
Monteiro, apresenta os objetivos da campanha.
“A primeira questão é que nós precisamos estabelecer uma coalizão, uma
convergência ampla dos movimentos da área da saúde, da agricultura,
comunicação e direito, para fazer a denúncia permanente desse modelo baseado
no uso de agrotóxicos e transgênicos que tornou o Brasil campeão mundial do
uso de agrotóxicos; e os impactos são gravíssimos na saúde dos
trabalhadores, no meio ambiente, na contaminação das águas. ’’
Segundo Monteiro, além do caráter de denúncia, a campanha pretende também
apresentar à sociedade o modelo proposto pelas entidades, mais saudável,
baseado na pequena agricultura.
“Outro campo de articulação é mostrar para a sociedade e avançar na construção de outro modelo de agricultura, baseado na agricultura familiar, camponesa, em toda sua diversidade, dos povos e comunidades tradicionais, assentamentos de reforma agrária, e que este modelo sim pode produzir alimentos com fartura, alimentos de qualidade, com diversidade e sem uso de
agrotóxicos. Temos estudos que mostram que a agroecologia é viável, produz
em quantidade e em qualidade, e o local para a agroecologia acontecer são as
áreas da agricultura familiar. Então outro campo de articulação importante é
avançar na construção destas experiências em agroecologia que a gente já vem
construindo, multiplicá-las pelo país, mostrando que este é o futuro da
agricultura, e não vai ter futuro para o planeta se a gente não construir
este modelo alternativo ao modelo que está aí’’
Monteiro aponta ainda que a atuação no âmbito das políticas públicas também
se constituirá em um eixo importante da campanha.
“A Anvisa tem um trabalho de análise de resíduos de agrotóxicos e alimentos,
que precisa ser ampliado para mais culturas, ter aumentada sua abrangência;
está também fazendo reavaliações de agrotóxicos que têm um impacto terrível
na saúde, propondo restrição ao uso e banimento de produtos. Por outro lado,
precisamos avançar nas políticas direcionadas à agricultura familiar, para
que elas possam fomentar o resgate da biodiversidade, o resgate das sementes
crioulas, possam fortalecer as experiências de comercializaçã
31 de março de 2011
da RadioagênciaNP
Mais de 20 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais,
entidades ambientalistas e grupos de pesquisadores lançam oficialmente no
próximo dia 7 de abril a Campanha Permanente contra o Uso dos Agrotóxicos no Brasil.
A campanha pretende abrir um debate com a população sobre a falta de
fiscalização, uso, consumo e venda de agrotóxicos, a contaminação dos solos
e das águas e denunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores,
das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades.
A campanha prevê a realização de atividades em todo o país. Em Brasília,
mais de 2 mil pessoas farão um ato para denunciar a responsabilidade do
agronegócio pelo uso abusivo de agrotóxicos no país.
O Brasil está em primeiro lugar no ranking dos países que mais usam agrotóxicos no mundo desde 2009. Para se ter uma ideia da dimensão, é como
se cada brasileiro consumisse, ao longo do ano, cinco litros de veneno.
O secretário-executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Denis
Monteiro, apresenta os objetivos da campanha.
“A primeira questão é que nós precisamos estabelecer uma coalizão, uma
convergência ampla dos movimentos da área da saúde, da agricultura,
comunicação e direito, para fazer a denúncia permanente desse modelo baseado
no uso de agrotóxicos e transgênicos que tornou o Brasil campeão mundial do
uso de agrotóxicos; e os impactos são gravíssimos na saúde dos
trabalhadores, no meio ambiente, na contaminação das águas. ’’
Segundo Monteiro, além do caráter de denúncia, a campanha pretende também
apresentar à sociedade o modelo proposto pelas entidades, mais saudável,
baseado na pequena agricultura.
“Outro campo de articulação é mostrar para a sociedade e avançar na construção de outro modelo de agricultura, baseado na agricultura familiar, camponesa, em toda sua diversidade, dos povos e comunidades tradicionais, assentamentos de reforma agrária, e que este modelo sim pode produzir alimentos com fartura, alimentos de qualidade, com diversidade e sem uso de
agrotóxicos. Temos estudos que mostram que a agroecologia é viável, produz
em quantidade e em qualidade, e o local para a agroecologia acontecer são as
áreas da agricultura familiar. Então outro campo de articulação importante é
avançar na construção destas experiências em agroecologia que a gente já vem
construindo, multiplicá-las pelo país, mostrando que este é o futuro da
agricultura, e não vai ter futuro para o planeta se a gente não construir
este modelo alternativo ao modelo que está aí’’
Monteiro aponta ainda que a atuação no âmbito das políticas públicas também
se constituirá em um eixo importante da campanha.
“A Anvisa tem um trabalho de análise de resíduos de agrotóxicos e alimentos,
que precisa ser ampliado para mais culturas, ter aumentada sua abrangência;
está também fazendo reavaliações de agrotóxicos que têm um impacto terrível
na saúde, propondo restrição ao uso e banimento de produtos. Por outro lado,
precisamos avançar nas políticas direcionadas à agricultura familiar, para
que elas possam fomentar o resgate da biodiversidade, o resgate das sementes
crioulas, possam fortalecer as experiências de comercializaçã
Alimentação Escolar precisa ser efetivado, uma alimentação de melhor
qualidade nas escolas, que o dinheiro público usado para alimentação escolar
seja destinado à compra da agricultura familiar – a lei aprovada ano passado
obriga que no mínimo 30% seja destinado para a compra da agricultura
familiar; temos que lutar para que esta conquista seja efetivada.’’
CONTINUA
Para o integrante da Via Campesina Brasil e da coordenação do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, a campanha
pretende propor projetos de lei, portarias e iniciativas legais e jurídicas
para impedir a expansão dos agrotóxicos.
“Seria uma boa iniciativa que os municípios começassem a legislar, porque é
possível que as câmaras proíbam o uso de determinado veneno no seu
município, e que a própria população fiscalize. Mas isso não basta ser
iniciativa do vereador, é preciso que toda a sociedade se mobilize para
garantir, inclusive, que o comércio não venda, que os fazendeiros não usem e
que, afinal, nós vamos criando territórios livres de agrotóxicos, e vocês
vão ver como a qualidade de vida vai melhorar muito nesses municípios.”
Stedile ainda avalia a natureza do uso dos agrotóxicos no Brasil e suas
graves consequências.
“Nós estamos aplicando um bilhão de litros por ano, e isso representa, em
média, cinco litros de veneno por pessoa. Não há parâmetro similar em
qualquer outra sociedade do planeta, nem sequer nos Estados Unidos, que são
a matriz indutora de toda a utilização de venenos na agricultura a partir da
Segunda Guerra Mundial.”
Para Stedile, a redução e a eventual erradicação do uso de agrotóxicos
dependem, fundamentalmente, da conscientizaçã o da população.
“Então nós esperamos que, daqui para diante, possamos congregar este
conjunto de forças sociais, desde os movimentos sociais, dos trabalhadores,
dos pesquisadores, dos médicos, das universidades, dos institutos de
ciência, para fazermos uma grande articulação nacional e, de fato,
conseguirmos paulatinamente ir diminuindo o consumo de venenos, até
chegarmos, quiçá, em médio prazo, à eliminação total do uso de agrotóxicos
na agricultura brasileira – o que seria uma grande conquista para toda a
sociedade. Para que se tenha uma idéia, eu acho que a campanha contra os
agrotóxicos é muito parecida com a campanha contra o fumo, porque no fundo o
tabaco também usa muito agrotóxico, o tabaco é um veneno, causa gravíssimos
problemas de saúde para a população, e somente de uns dez anos pra cá é que
a sociedade brasileira começou a se conscientizar e fazer uma campanha
contra o cigarro. E nós conseguimos reduzir: 30% da população eram fumantes
e, hoje, só 12% são fumantes’’
De acordo com Letícia Silva, da Anvisa, é preciso que a campanha consiga
promover uma grande consulta junto à sociedade brasileira sobre o tema.
“Não sei o tempo: quando colocamos a possibilidade de retirada de um produto
agrotóxico do mercado, muitas vezes a gente recebe poucas manifestações
favoráveis à retirada daquele produto no mercado, e muitas manifestações
pela manutenção do produto no mercado. Então acho que a primeira coisa, a
mais simples – e que independe até de uma grande mobilização – são as
organizações da sociedade mostrarem o que estão pensando a respeito, mostrar
o seu desejo com relação aos produtos agrotóxicos. Querem realmente que
sejam controlados? Que produtos precisariam ser banidos, quais estão
causando intoxicação? “
A campanha nacional contra o uso de agrotóxicos também promoverá iniciativas
ligadas à educação – com a produção de cartilhas para as escolas – e
realizará seminários regionais e audiências públicas.
Para o integrante da Via Campesina Brasil e da coordenação do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, a campanha
pretende propor projetos de lei, portarias e iniciativas legais e jurídicas
para impedir a expansão dos agrotóxicos.
“Seria uma boa iniciativa que os municípios começassem a legislar, porque é
possível que as câmaras proíbam o uso de determinado veneno no seu
município, e que a própria população fiscalize. Mas isso não basta ser
iniciativa do vereador, é preciso que toda a sociedade se mobilize para
garantir, inclusive, que o comércio não venda, que os fazendeiros não usem e
que, afinal, nós vamos criando territórios livres de agrotóxicos, e vocês
vão ver como a qualidade de vida vai melhorar muito nesses municípios.”
Stedile ainda avalia a natureza do uso dos agrotóxicos no Brasil e suas
graves consequências.
“Nós estamos aplicando um bilhão de litros por ano, e isso representa, em
média, cinco litros de veneno por pessoa. Não há parâmetro similar em
qualquer outra sociedade do planeta, nem sequer nos Estados Unidos, que são
a matriz indutora de toda a utilização de venenos na agricultura a partir da
Segunda Guerra Mundial.”
Para Stedile, a redução e a eventual erradicação do uso de agrotóxicos
dependem, fundamentalmente, da conscientizaçã
“Então nós esperamos que, daqui para diante, possamos congregar este
conjunto de forças sociais, desde os movimentos sociais, dos trabalhadores,
dos pesquisadores, dos médicos, das universidades, dos institutos de
ciência, para fazermos uma grande articulação nacional e, de fato,
conseguirmos paulatinamente ir diminuindo o consumo de venenos, até
chegarmos, quiçá, em médio prazo, à eliminação total do uso de agrotóxicos
na agricultura brasileira – o que seria uma grande conquista para toda a
sociedade. Para que se tenha uma idéia, eu acho que a campanha contra os
agrotóxicos é muito parecida com a campanha contra o fumo, porque no fundo o
tabaco também usa muito agrotóxico, o tabaco é um veneno, causa gravíssimos
problemas de saúde para a população, e somente de uns dez anos pra cá é que
a sociedade brasileira começou a se conscientizar e fazer uma campanha
contra o cigarro. E nós conseguimos reduzir: 30% da população eram fumantes
e, hoje, só 12% são fumantes’’
De acordo com Letícia Silva, da Anvisa, é preciso que a campanha consiga
promover uma grande consulta junto à sociedade brasileira sobre o tema.
“Não sei o tempo: quando colocamos a possibilidade de retirada de um produto
agrotóxico do mercado, muitas vezes a gente recebe poucas manifestações
favoráveis à retirada daquele produto no mercado, e muitas manifestações
pela manutenção do produto no mercado. Então acho que a primeira coisa, a
mais simples – e que independe até de uma grande mobilização – são as
organizações da sociedade mostrarem o que estão pensando a respeito, mostrar
o seu desejo com relação aos produtos agrotóxicos. Querem realmente que
sejam controlados? Que produtos precisariam ser banidos, quais estão
causando intoxicação? “
A campanha nacional contra o uso de agrotóxicos também promoverá iniciativas
ligadas à educação – com a produção de cartilhas para as escolas – e
realizará seminários regionais e audiências públicas.
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