Planta Medicinal: é bom pra quê?
IX Semana de Fitoterapia foi realizada na CATI
Acalmar, alimentar, cicatrizar, tratar e até prevenir. Estão presentes na alimentação, em forma de saladas, tortas, chás, sucos, temperos, no artesanato e até em cosméticos. São cultivadas no campo, hortas ou em vasos. O fato é que as plantas medicinais estão cada vez mais presentes na rotina da população. Com o objetivo de compartilhar saberes sobre o valor medicinal das plantas foi realizada na CATI, de 26 a 29 de abril, a IX Semana de Fitoterapia “Prof. Walter Radamés Accorsi”.
Com o tema “Planta medicinal: é bom pra quê?”, o evento contou com a presença de cerca de 400 pessoas que, atentas, acompanharam as apresentações dos mais renomados profissionais, que por meio de palestras, painéis, visita técnica e de um minicurso abordaram diferentes temas da fitoterapia.
“Temos convicção de que muito dos compostos das plantas medicinais contribuem para a redução de complicações de úlceras, de pele, de ferimentos, de tratamento para enfermidades como cefaléias, infecção urinária, entre outros. A fitoterapia é a opção terapêutica oferecida à população campineira em praticamente todas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma José Francisco Kerr Saraiva, Secretário Municipal de Saúde de Campinas.
Para Eloísa Cavassani Pimentel, homeopata, acupunturista e especialista em fitoterapia, estudos comprovam os benefícios das plantas medicinais. “Essas plantas têm uma infinidade de usos e resultados positivos. Elas são naturais e mais próximas de nosso organismo. Pesquisas comprovam que quando isolamos uma molécula da planta ela pode causar efeitos colaterais e quando utilizamos a planta toda, que é o caso da fitoterapia, temos resultados bons e sem efeitos colaterais”, explica
O médico e pesquisador Luiz Pianowski participou do encontro para apresentar o caso do avelós que, foco de uma pesquisa clínica, mostrou ser o primeiro produto brasileiro a combater o câncer. “Pesquisas têm provado que a natureza é poderosa. Temos que transformar isso em base científica para que o médico aceite, para que os produtos sejam colocados no mercado e a população seja beneficiada”, avalia Pianowski.
Alberto Peribanez Gonzalez, médico, professor e cientista, defendeu que a cura das doenças pode estar nos alimentos. “Nos últimos anos percebemos o excesso de processamento alimentar, que causam uma epidemia de doenças degenerativas e crônicas. A alimentação original do ser humano é o alimento vivo, cru e grãos germinados, e são esses alimentos vivos que precisam voltar à mesa das famílias, pois eles têm inúmeras vantagens e são capazes de eliminar de forma eficaz resíduos e toxinas acumuladas em nosso organismo”, afirma Gonzalez.
“Essa semana é extremamente relevante para apresentar aos cidadãos o poder das plantas medicinais não só do ponto de vista de medicamentos, como de cultivo – papel este desenvolvido com grande propriedade pela CATI”, avalia o vereador de Campinas Dário Saadi, que foi autor da Lei n.º 13.888, de 19 de julho de 2010, que dispõe sobre a implantação do Programa Municipal de Fitoterapia na Rede Pública de saúde no município de Campinas.
De acordo com a engenheira agrônoma da CATI e uma das organizadoras do evento, Maria Cláudia Blanco, São Paulo tem um setor agrícola bastante forte e é no estado que estão os principais compradores de plantas medicinais do Brasil. “Em São Paulo existem muitas universidades, institutos de pesquisa e de assistência técnica que levam conhecimentos e tecnologia aos produtores, fatores que propiciam a produção e a expansão das plantas medicinais de boa qualidade”, avalia.
Continua>>>>
Continua>>>>
Também presente ao evento, Walterly Accorsi, filha do falecido professor Walter Accorsi, que foi um dos maiores conhecedores da fitoterapia no Brasil e que dá nome à Semana de Fitoterapia, disse estar animada por perceber que o tema está cada vez mais sendo discutido pelos cidadãos. “Meu pai tinha muito orgulho dessa Semana e fico feliz por saber que os estudos que ele iniciou têm uma continuidade. A planta medicinal tem inúmeras vantagens. É só saber estudar e usar com ética”, disse Walterly.
A organização do evento se mostra satisfeita com o sucesso do evento. “O público é grande desde a primeira semana, e percebemos que a cada edição ele tornou-se mais diverso. Hoje, além de profissionais da saúde, participam estudantes, engenheiros agrônomos, técnicos e a população em geral. Nossa intenção é mostrar que as plantas medicinais não estão apenas relacionadas à saúde, mas à alimentação, à educação ambiental, à religião e ao resgate cultural. Ela trata o corpo, a mente e o espírito”, diz Maria Cláudia.
“Esperamos que eventos como esse, possam estimular que o Programa de Fitoterapia seja discutido não só localmente, mas em nível estadual e até nacional”, deseja João Brunelli Júnior, coordenador substituto da CATI.
A IX Semana de Fitoterapia é uma realização da Prefeitura Municipal de Campinas e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI)/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e tem como parceiros a Associação Cornélia Vlieg/Oficina Agrícola, Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região – ANC, Associação dos Rotarianos de Campinas – Campos Sales, Botica da Família, o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp, o Grupo Saberes à Luz do Sol, a Embrapa – Transferência de Tecnologia e o Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira.
Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=AJS2Xk0yeJw
fonte: Boletim CATI On-Line Edição n.º 178 - de 25 a 29 de abril de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário