terça-feira, junho 21, 2011

Projeto Nacional de Comercialização Solidária e os Pontos Fixos

Em julho, Santa Maria (RS) sediará vários eventos de Economia Solidária do Mercosul como a: 6ª Feira de Economia Solidária do Mercosul, a 17ª FEICOOP – Feira Estadual do cooperativismo, a 9ª Feira Nacional de Economia Solidária, 10ª Mostra da Biodiversidade e Feira de Agricultura Familiar, o 6º Seminário Latinoamericano de Economia Solidária e a 6ª Caminhada Internacional e Ecumênica pela Paz. Além do I Encontro de Pontos Fixos de Comercialização Solidária, onde o coletivo TROCAS VERDES irá dialogar com outras 51 experiências nacionais (dias 7, 8 e 9).

http://caritas.org.br/novo/2010/04/29/em-julho-santa-maria-rs-sediara-eventos-de-economia-solidaria-do-mercosul/ 



TERMO DE REFERÊNCIA - PONTOS FIXOS
Este documento objetiva apresentar os principais elementos que caracterizam e conceituam os Pontos Fixos de Comercialização em Economia Solidária abordadas no âmbito do Projeto Comercialização Solidária no Brasil, como forma de estimular a construção de uma identidade nacional entre as iniciativas em curso. Ele servirá como subsídio para todos/as que desejam organizar Pontos Fixos de Comercialização Solidária, independente da sua dimensão geográfica e econômica e de possuir apoio de instituição pública.
O apoio aos pontos fixos de comercialização solidária faz parte das atividades previstas do Projeto Comercialização Solidária no Brasil que tem recursos garantidos na ação Organização Nacional de Comercialização dos Produtos e Serviços de Empreendimentos Econômicos Solidários do Programa Economia Solidária em Desenvolvimento (Plano Plurianual 2008–2011), sob a responsabilidade da SENAES/MTE.
O Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES, em sua Plataforma, aponta que um dos principais desafios da Economia Solidária é a consolidação de redes e cadeias solidárias de produção, comercialização e consumo. Isto se traduz em diversos debates e acúmulos neste campo, como o da construção de Centrais de Comercialização, o da importância de feiras de economia solidária, dos Centros Públicos de Economia Solidária, das ferramentas eletrônicas (www.cirandas.net), entre outros.
A União Brasileira de Educação e Ensino, por meio do Instituto Marista de Solidariedade, na sua área de atuação de Assessoramento, tem o Programa de Fomento a Economia Solidária e Inclusão Produtiva no Combate à Pobreza, cujo projeto é Fomento à Economia Solidária e ao Consumo Responsável que apóia e fortalece iniciativas de economia solidária no Brasil

CONCEITO E OBJETIVOS DOS PONTOS FIXOS DE COMERCIALIZIAÇÃO SOLIDÁRIA
Os pontos fixos são espaços permanentes e/ou pré-estabelecidos onde se encontram os produtos e/ou serviços oriundos dos empreendimentos de economia solidária e agricultura familiar agroecológica, geralmente são expostos produtos e/ou serviços de mais de um/a produtor/a e a gestão do espaço é coletiva, realizada por representante dos empreendimentos envolvidos.
Os pontos fixos de comercialização solidária têm por objetivo, dentre outros, promover e estimular a comercialização de bens e serviços produzidos pelos empreendimentos de economia solidária e agricultura familiar nos circuitos locais, a partir de uma relação comercial baseada nos mesmos princípios da economia solidária e do sistema nacional de comercio justo e solidário.
A organização destes pontos fixos de comercialização solidária é considerada um processo de aprendizagem do trabalho coletivo, onde a gestão destas experiências anima diferentes atores na concretização de um objetivo em comum que é fortalecer o desenvolvimento local sustentável por meio da economia solidária. Sendo vivenciadas de formas participativas, coletivas e autogestionárias.
O exercício do trabalho coletivo nessa construção é constante, onde os diferentes atores da economia solidária têm que enfrentar os desafios, as divergências de opiniões, o respeito às decisões coletivas, a necessidade de celebrar parcerias com diferentes parceiros, a dificuldade de gerir e sustentar o espaço, entre outros.
Os pontos fixos de comercialização solidária integram:
>Atividade Comercial – um local onde exista a oferta de produtos e/ou serviços oriundos da economia solidária e/ou agricultura familiar agroecológica para venda e/ou troca. Que seja um espaço de comercialização entre outras atividades que possa acontecer no local;
> Localização definida – um local onde a comunidade e público em geral sabem que encontra produtos e/ou serviços oriundos da economia solidária e/ou agricultura familiar agroecológica. Com endereço fixo;
> Regularidade – onde a comunidade e público em geral sabem os dias de funcionamento, os horários em que os produtos e/ou serviços da economia solidária estarão disponíveis para aquisição;
> Diversidade – que no local haja diversidade de itens e volume de produtos e/ou serviços da economia solidária e/ou agricultura familiar agroecológica para os possíveis compradores;
Sendo um ponto fixo de Economia Solidária, deve também possuir características distintivas, tais quais:
> gestão democrática do empreendimento e respeito à diversidade cultural;
> predominância de produtos de Economia Solidária como foco de venda, embora possa haver também produtos não oriundos de empreendimentos solidários comercializados no local, em pequena ou grande quantidade;
> transparência na informação ao consumidor, que pode ter acesso não apenas às informações sobre o produto, como também à forma como foi produzido e o que está compreendido no preço;
> apoio ao desenvolvimento local sustentável, primando pelo exercício de práticas responsáveis e sustentáveis do ponto de vista socioambiental;
> estímulo à integração de todos os elos da cadeia produtiva;
> oferecer remuneração justa ao(à) produtor(a) e um preço justo ao(à) consumidor(a), visando à garantia do bem-viver de todos e todas;
> relações de trabalha Justa, pautada pelo diálogo e democracia.
Os pontos fixos de comercialização solidária podem ser de:
> venda final no varejo a consumidores(as);
> venda por atacado a pessoas ou empresas que buscam o ponto comercial para comprar em grandes quantidades;
> distribuição, necessária ao abastecimento dos empreendimentos comerciais que operam as vendas no atacado ou no varejo;
> representação comercial que operacionalizam a venda de um(a) ou mais agentes para terceiros(as);
> sítios (sites) de comercialização eletrônica, onde compradores(as) podem realizar pedidos a fornecedores(as) diversos(as) através de um mesmo serviço ou local virtual de vendas.
Os pontos fixos de comercialização solidária podem ter também área de atuação diferenciada:
> local;
> regional;
> estadual;
> nacional;
> internacional.
As formas jurídicas dos pontos fixos de comercialização variam conforme a natureza e as peculiaridades de cada um. Porém, o que os caracteriza não é a sua figura jurídica ou a sua forma de operacionalizar o fluxo dos produtos e serviços entre quem oferta e quem recebe, mas sim o fato de que são elementos que cumprem um papel específico na cadeia de comercialização, particularmente na circulação e disponibilização de bens e serviços oriundos da economia solidária e agricultura familiar para produtores(as), comerciantes e consumidores(as) em geral.



CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS FIXOS DE COMERCIALIZAÇÃO SOLIDÁRIA
> Protagonismo dos empreendimentos na construção e gestão do ponto fixo;
> Espaço de exposição e comercialização de produtos e serviços dos empreendimentos de economia solidária;
> Espaço de formação e informação aos participantes dos empreendimentos por meio de oficinas temáticas;
> Espaço de estímulo e divulgação do Consumo Responsável dos produtos e serviços em exposição;
> Espaço para a realização de atividades artísticas e culturais por atores oriundos dos movimentos organizados de cultura popular e regional, economia solidária;
> Espaço de realização de atividades de trocas solidárias e o uso de moedas sociais;
> Espaço de fomento e divulgação da organização de cadeias produtivas e redes de economia solidária;
MODALIDADES DE PONTOS FIXOS
Os pontos fixos de comercialização solidária se concretizam em modalidades distintas, podendo atender a consumidoras(es) finais e/ou a produtoras(es), comerciantes e prestadores de serviços, conforme explicitado a seguir:
Feiras Permanentes de Economia Solidária e/ou Agroecologia
As Feiras Permanentes ou Itinerantes são freqüentes e regulares, podendo ocorrer sempre no mesmo ponto ou em rodízio num circuito pré-definido, se inserindo no calendário local como o espaço onde a população pode encontrar produtos e serviços de origem local, direto do produtor ou de suas organizações representativas no campo da Economia Solidária e da Agricultura Familiar Agroecológica.
O calendário e locais das Feiras Permanentes e Itinerantes são estabelecidos antecipadamente pelos atores da Economia Solidária e divulgado para a população local que sabe quando e onde a feira funciona.
Estas feiras se instalam, assim, no quotidiano das cidades, bairros e comunidades, configurando-se num espaço onde a população rural e urbana se encontra na oferta e troca de bens e serviços oriundos da economia solidária e agricultura familiar agroecológica, e como local de convívio, formação e produção cultural.
Lojas (mercearia, mercado, bodega, quitanda, botecos, quiosque, central, trailler, empório, armazém, venda)
As Lojas de Economia Solidária são estabelecimentos comerciais que aglutinam uma diversidade de produtos e/ou serviços oriundos da economia solidária e/ou agricultura familiar para venda e/ou trocas. Podem ser geridas por empreendimentos econômicos solidários e/ou instituições governamentais ou não governamentais, que tenham por objetivo o fortalecimento e fomento da economia solidária contribuindo para a construção de uma maior identidade e visibilidade da economia solidária nestas localidades.
Os atores envolvidos na construção e gerenciamento de lojas de Economia Solidária são empreendimentos econômicos solidários, articulados em rede ou não, em parceria com poder público e/ou entidades de apoio e fomento a economia solidária.
São vários tipos de lojas consideradas como espaços de comercialização solidária, que variam de acordo com a nomenclatura da região e/ou de acordo com o formato. Geralmente são lojas tradicionais que vendem produtos de grande consumo, sobretudo alimentos, podendo complementar a oferta com produtos de higiene, bebidas e objetos de uso doméstico, bem como artesanatos e produtos da cultura local.
Centros Públicos de Economia Solidária (comercialização)
Os Centros Públicos de Economia Solidária são espaços que alojam a realização de um conjunto de atividades, sejam elas de instituições governamentais ou não governamentais, que tenham por objetivo o fortalecimento e fomento da economia solidária contribuindo para a construção de uma maior identidade e visibilidade da economia solidária nas suas localidades.
Geralmente, os Centros Públicos de Economia Solidária abrigam nas suas dependências as várias iniciativas e projetos voltados ao fortalecimento da economia solidária, sejam elas governamentais ou não governamentais, promovendo a sua integração. Disponibilizam também espaço físico e infra-estrutura para o desenvolvimento de atividades que promovam a formação e organização de trabalhadoras(es) dos empreendimentos de economia solidária (seminários, oficinas, reuniões, entre outros).
Além do ser um espaço formativo, os Centros Públicos de Economia Solidária disponibilizam espaço físico e infra-estrutura para o desenvolvimento de atividades que promovam a comercialização e divulgação da produção dos empreendimentos de economia solidária.

Os atores envolvidos na construção e desenvolvimento das atividades dos Centros Públicos de Economia Solidária são:
> Empreendimentos de economia solidária;
> Organismos de representação sindical que desenvolvam ações relacionadas com o tema;
> Universidades;
> Organizações não governamentais;
> Governos estaduais e municipais que desenvolvam ações direcionadas ao tema;
> Instituições de Microcrédito, Cooperativas de Crédito e Fundos de Economia
> Solidária;
> Redes de empreendimentos de economia solidária;
> Centrais, Associações, Cooperativas e outras instituições que tenham envolvimento
 com o tema;
> Fóruns estaduais, regionais e municipais de economia solidária;
> Outros fóruns e movimentos envolvidos com a economia solidária;
Comercialização Solidária Eletrônica (e-comerce) - sites pela internet
A comercialização solidária eletrônica (ou e-comerce) é a automação das transações comerciais pelo uso de tecnologias da informação. É um moderno meio de comercialização com custos reduzidos, onde por meio da internet e/ou telefonia fixa ou móvel, tanto consumidores quanto empreendimentos de economia solidária fazem transações comerciais.
Na economia solidária, existem diferentes sites e/ou portais que realizam comercialização dos produtos e serviços oriundos da economia solidária e agricultura familiar agroecológica e tem se afirmado como uma importante estratégia de comercialização solidária.
Para ser considerado um e-comerce da economia solidária é fundamental que a maioria dos produtos e serviços ofertados no portal sejam oriundos de empreendimentos de economia solidária – EES e/ou agricultura familiar agroecológica. Além do que os atores envolvidos na construção e gerenciamento da comercialização eletrônica sejam empreendimentos econômicos solidários, articulados em rede ou não, em parceria com poder público e/ou entidades de apoio e fomento a economia solidária.


União Brasileira de Educação e Ensino – UBEE
Instituto Marista de Solidariedade – IMS
Projeto Comercialização Solidária no Brasil
Convênio MTE/SENAES N. 702019/2008

(Ministério do Trabalho e Emprego/ Secretaria Nacional de Economia Solidária)
Fonte: http://www.ims.org.br/wp-content/uploads/2011/06/Termo-de-referencia-pontos-fixos.pdf &
http://www.ims.org.br/wp-content/uploads/2011/06/edital-pontos-fixos-de-comercializa%C3%A7%C3%A3o.pdf)


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