Agroecologia, reflexo de meus hábitos de vida!
Outro dia, enquanto fazia umas compras no supermercado do meu bairro, reparei uma coisa que nunca havia notado. Não sei se aquela prateleira já existia há algum tempo e a correria do dia-a-dia não permitiu que a enxergasse ou se realmente era uma novidade. Enquanto escolhia um pé de alface, bati o olhei rapidamente sua embalagem e algumas palavras se destacaram no rótulo. Foi uma surpresa! Observei melhor então a gôndola onde estavam todas as verduras, e notei que uma placa discreta dizia com letras vermelhas: “Produtos Orgânicos”.
Engraçadas essas conexões. De uns tempos pra cá, passei a pensar bastante sobre a minha alimentação e de minha família. Sobre o que ingerimos diariamente. A frase: “Você é o que você come”, estava me rondando. Foi aí que comecei a pensar também sobre os alimentos orgânicos. Outro dia, reparei que lá no centro da cidade existe uma quitanda que só vende produtos orgânicos, de uma Associação de produtores da região. Fiquei curiosa para conhecê-la.
No mês passado eu vi uma reportagem que falava sobre Agroecologia. Explicava que os produtos orgânicos são muito importantes para a saúde, já que são nutricionalmente adequados e seguros, pois não utilizam pesticidas, herbicidas e fertilizantes químicos e sintéticos. Além disso, eles são produzidos em solos com bastante vida para manter a saúde das plantas e da própria terra. Um tema bem amplo, já que além da produção de alimentos, a Agroecologia também abrange relações solidárias de economia, consciência sobre o que consumimos, viabilidade para a agricultura familiar que é tão importante para o país, etc.
Achei bem interessante, pois comecei a relembrar minha infância e adolescência: a horta da minha casa, o riacho com a mata, o cafezal. Adorava recolher os ovos todas as manhãs, que ficavam no alto das árvores do pomar. Passava horas ajudando meu pai cuidar das plantas, esperando chegar a hora do almoço, quando juntava toda a família. Nessa época ninguém comprava adubos ou venenos. Não existiam tantos produtos industrializados e conseqüentemente, gerávamos menos lixo. Isso sem falar nas doenças que são conseqüências da sociedade de consumo em que vivemos, como a obesidade. Hoje, os quintais são forrados por cimento. O leite, que já não é só leite, vem da caixinha e não da vaca. Doces, só industrializados e aos montes!
Decidi visitar a tal quitanda. Surpreendi-me, não só com a variedade de produtos encontrados (que inclui pães, laticínios, geléias e doces) mas porque praticamente todos os alimentos eram da região. E outra descoberta, os preços não eram tão acima dos produtos ditos convencionais, alguns até eram mais baratos. Voltei contente pra casa, ansiosa para experimentar um doce de abóbora que comprei.
Acho que quando compreendemos e refletimos certas coisas, é inevitável o passado vir à tona, relembrando tempos saudosos e saudáveis. Tempos que éramos mais próximos e conectados a natureza. Inconscientemente, nós nos sentíamos parte dela.
Acredito que consumindo produtos orgânicos, estou resgatando toda a minha identidade e depositando uma ficha na esperança de vivermos em um mundo melhor. Rodeado de plantas, animais e pessoas em harmonia com Deus.
Lisa Tassi 11- Set – 2006
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