terça-feira, novembro 25, 2008

Extensão Rural Agroecológica



Equipe Giramundo/ 2005
Da direita p/ esquerda em cima: Guilherme (Jeca), Jorge, Gláucia (Quiabo), André (Bista), Mariana (kumeta), Silvia (Sarnenta), Fernando Silveira Franco (Fernandinho SAF!), Bia (Stamato/ Giramundo) e Valter Bianchini (Secretário da Agricultura Familiar - Brasilia)
Em baixo: Tiago Janela (Pitu), Cauê (Albedo), Lisa (eu/ Valeta), Rodrigo Moreira (Giramundo), Ana Maria Campos (Turismóloga).
Os tres abraçados no canto esquerdo não sei o nome (são de Botucatu) e sentada no chão: Maria Rosa da Secret de Assistência social de Botucatu, que ajudaram na organização do I fórum de desenvolvimento local www.mutuando.org.br


Na universidade (nas públicas principalmente) nos deparamos com “tripé” Ensino-Pesquisa-Extensão. Inicio o texto falando de pesquisa, desenrrolo na extensão e deixo o Ensino para outro artigo.

Minha vivência com pesquisa esteve camuflada na busca pela compreensão de meus questionamentos, natural em cada um. Após uma rápida pesquisa no wikipédia temos: “Uma pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.” Estou iniciando meu olhar como pesquisadora, porém com a extensão enraizada em mim. Com os principios da investigação-ação-participativa, como um dos princípios da Agroecologia, que agrega à pesquisa, a extensão.
Já com a extensão é outra história. A extensão universitária ou acadêmica, segundo a wikipédia também, pressupõe uma ação junto à comunidade, disponibilizando ao público externo à Instituição o conhecimento adquirido com o ensino e a pesquisa desenvolvidos pelas Universidades. Essa ação produz um novo conhecimento a ser trabalhado e articulado.
Acredito que pelo caráter prático e útil a que se propõe, a extensão me conduziu durante a universidade e anos seguintes no projeto de formação de Quadros de ATER – Assistência técnica e extensão rural que participei.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário, após o início do governo Lula, modificou e intensificou suas ações voltadas para a extensão rural Agroecológica, com uma nova política de Ater. Capacitando técnicos e tentando difundir uma nova maneira de se propor (e encaminhar) a extensão. Onde o técnico e o agricultor tem voz. Onde ambos são protagonistas na troca de saberes. O técnico com seu conhecimento específico, e o agricultor com o conhecimento de sua propriedade e de seu trabalho anos a fio com a terra. A construção do conhecimento com métodos participativos e ecológicos, com respeito ao produtor e à propriedade rural.
Infelizmente o órgão oficiais de extensão rural de nosso estado de São Paulo (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - Cati) deixa muito a desejar. Quando a assistência deveria ser gratuita (e de qualidade) vemos descaso e desarticulação entre eles. Os que podem pagam consultoria com técnicos especializados, mas e os marginalizados? Que não possuem recursos nem para a compra de insumos basicos para a produção, como é o caso dos assentamentos da reforma Agrária e demais agricultores.??

Tivemos o privilégio de conhecer um pouco da Agricultura familiar e assentamentos rurais (MST) de perto através do projeto com o Instituto Giramundo, ong de Botucatu-SP embasada nos princípios da Agroecologia. A Agricultura familiar é pobre e contraditoriamente é também a que nos sustenta, que produz a maioria do alimento do homem da cidade e mantém o meio ambiente produtivo, vegetado, preservado.
Tais agricultores, em sua maioria são excluídos, esquecidos e muitas vezes acabam se tornando vítimas do sistema, com exigência de multas dos órgãos ambientais e outros. Vítimas da especulação imobiliária, vítimas do avanço da Cana de Açúcar, vítimas do capital. O agricultor Familiar deseja somente produzir seu alimento da melhor forma possível, e da terra obter o seu sustento, vendendo sua produção e saber que dessa forma nutre a população.
Já os médios e grandes produtores utilizam a terra como um grande negócio, desejando somente o lucro e assim não compreendem os ciclos que regem a natureza. Extensão rural para esses produtores, cabe somente às grandes multinacionais, que vendem seus produtos envenenados e continuam mantendo eles nessa roda sem fim, na dependência de sementes que possuem meia vida.
O trabalho do extensionista rural Agroecológico é sentir o agricultor, suas necessidades e carências. É construir conhecimentos a fim de gerar novos saberes, levando uma visão sistêmica do ambiente natural. É fazê-lo compreender a grande complexidade do sistema em que ele vive e trabalha e portanto, dele depende. É fazê-lo autônomo perante as adversidades da natureza, seja através dos processos (técnicas como adubação verde, compostagem, manejo da biomassa, cobertura do solo, diversidade de plantas etc), seja atarvés da compreensão que somos regidos por uma Força Maior, traduzida na simples interação dos 5 elementos: ar (e eter), fogo, terra e água!
Infelizmente ainda falta muita extensão a ser feita. Muita carência de informação para esse meio rural gigante do nosso Brasil. Técnicos dispertos para esse novo olhar ainda são poucos, mas gradualmente estamos formando nosso exército, para de alguma forma espalhar a semente da consciencia Agroecológica para os agricultores (e consumidores) guerreiros que tem como missão, o cuidado com a Terra.


Atividade após mutirão de plantio em Itapeva-SP

Oficina de Biofertilizante em
Encontro Regional de Agroecologia- Itapeva-SP

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