sexta-feira, novembro 28, 2008

Economia Ecológica


Ontem assisti a uma palestra do Prof. AdemarR. Romeiro, do Instituto de Economia da Unicamp sobre “Sustentabilidade Ambiental na visão dos Economistas”, no espaço do CPFL Cultural (Café Folisófico) em Campinas. Foi muito interessante, ainda mais porque o livro dele “Economia do Meio Ambiente: teorias, políticas e a gestão de espaços regionais” é uma das referências para uma prova que irei fazer em breve. Escrevo aqui, com embasamento nesses estudos de Economia Ecológica.
Todo ecossistema possui uma Capacidade de suporte. Segundo Romeiro, os fatores para se chegar ao desequilíbrio são dois:
1) A reprodução descontrolada de uma das espécies do ecossistema
2) A quebra do equilíbrio bioquímico por mudança que vão além da Capacidade de suporte.
A questão colocada é: chegamos num consenso quando afirmamos que a população Humana não pode crescer indefinidamente, porém, o consumo per capita pode! As atividades produtivas destinadas à satisfação das necessidades de consumo implicam na geração de resíduos e em gasto de energia. O problema mais famoso que temos é o Efeito estufa, que significa queimar petróleo, que foi acumulado por centenas de anos e que no final das contas nada mais é que Energia Solar que transformou a Matéria orgânica.
Romeiro reforça o caminho natural de substituição da matriz energética, por uma Energia Limpa Infinita (através do Sol e foi citada a Energia Nuclear limpa – para esse tipo de energia, necessita-se de grande quantidade de água para dissipar o calor gerado pela energia). O petróleo, principal fonte energética utilizada atualmente, além de ser um recurso limitado é altamente poluidor. Num âmbito geral, houve uma redução geral da poluição por unidade/produto, porém a poluição global aumentou.
Os limites Termodinâmicos da Terra são um dos principais argumentos dos Economistas Ecológicos, que se contrapõe aos Economistas clássicos que admitem que o Universo é infinito, portanto a utilização indiscriminada dos recursos naturais não é levada em conta. Os Eco-eco reconhecem que há limites na Terra, e concluem que o crescimento econômico tem que parar (segunda lei da termodinâmica – lei da Entropia).
Romeiro especula que no ano de 2100, talvez a Terra alcance um ponto de distribuição igualitária dos recursos, mas reforça que a conscientização (via informação) para o compromisso com as futuras gerações é que faz os Economistas ecológico pensarem como pensam. Os longos prazos já não estão mais tão longos, a exemplo da China e Índia, onde os limites termodinâmicos estão ficando cada vez mais evidentes, com todos os rios poluídos.
Novamente em contraponto a visão dos economistas convencionais, de que tudo é reversível, Romeiro traz o conceito de resiliência ecossistêmica (como se fosse uma elasticidade), que não é linear e não é proporcional. A partir do momento que alcançarmos o ponto de inflexão a curva virará exponencial e aí teremos uma ruptura. Não sabemos onde está, atualmente, o ponto de resiliência (o Protocolo de Kyoto foi feito a partir desse embasamento), por isso necessita-se de precaução. Vivemos um período de Incerteza ecossistêmica para os grandes fenômenos.
Voltamos ao ponto chave, a Sociedade de Consumo. Os indivíduos são empurrados à consumirem sem fim, como se o consumo tivesse alguma relação com a Felicidade. Ultimamente andei lendo algumas coisas a respeito de trabalhos em alguns países sobre o FIB – Felicidade Interna Bruta. Uma forma de se calcular a satisfação das pessoas de determinado local, obrigando-nos a refletir sobre o desejado Produto Interno Bruto.
Tudo é altamente relativo. A partir de certo momento, o consumo é cada vez mais social, de “demonstração” de renda e capacidades de se ganhar dinheiro. Perde então sua função essencial, de suprir necessidades!
Não existe receita para se alterar a sociedade em que vivemos. É um desafio cultural gigantesco a ser superado. Ela tem que ser uma construção democrática, já que não existem modelos prontos. Surgiram ideologias que acreditam num pacote pronto, mas isso é a Utopia ecológica. Este processo é algo novo que deverá ser alcançado através da Informação, num processo de Conscientização Ecológica.
Após a abertura para questionamentos do público surgiram pontos como: a Valoração dos recursos; qual a proposta para a mudança da sociedade; políticas públicas e ações concretas existentes,etc. Atualmente existem 400 economistas Ecológicos cadastrados! O CNPq aprovou projeto de pesquisa recentemente com o tema, que obviamente é muito marginal frente ao contexto global e econômico que estamos inseridos.
Assim como a Agroecologia (e também pertencente a ela), a Economia Ecológica tem muitos desafios, já que a quantificação do meio ambiente é muito relativa e abstrata, e a abstração é tudo o que os cientistas tradicionais repudiam. O rigor científico ainda continua sendo exigência, tanto no meio acadêmico, quanto do dia-a-dia econômico de nosso mundo. Infelizmente, acho que as pessoas acabarão acordando tarde para a necessidade de expandir a análise sobre o mundo como um todo. Sobre o planeta Terra, nossa forma de uso (e consumo) dos recursos, a forma como cada um trata a si mesmo, ao próximo, desrespeitando seu corpo, seu lar, seu município, sua nação, seu planeta. Eu já escolhi a algum tempo o caminho que vai contra essa corrente, ou melhor, que vai definitivamente, a favor da Natureza, considerando o Ser humano como parte fundamental desse Ecossistema.
Termino com o famoso "Tripé da Sustentabilidade" que procura juntar os níveis social, ambiental e econômico. Reforço a importância do aspecto social, que de certa forma é o que norteia todo o resto, pois vivemos numa sociedade altamente povoada (pelo Bicho pensante Homem) e regida por valores confusos ou pouco conscientes. A transformação do sistema que vivo continuará sendo uma das minhas bandeiras, através da Educação Ambiental.

terça-feira, novembro 25, 2008

Extensão Rural Agroecológica



Equipe Giramundo/ 2005
Da direita p/ esquerda em cima: Guilherme (Jeca), Jorge, Gláucia (Quiabo), André (Bista), Mariana (kumeta), Silvia (Sarnenta), Fernando Silveira Franco (Fernandinho SAF!), Bia (Stamato/ Giramundo) e Valter Bianchini (Secretário da Agricultura Familiar - Brasilia)
Em baixo: Tiago Janela (Pitu), Cauê (Albedo), Lisa (eu/ Valeta), Rodrigo Moreira (Giramundo), Ana Maria Campos (Turismóloga).
Os tres abraçados no canto esquerdo não sei o nome (são de Botucatu) e sentada no chão: Maria Rosa da Secret de Assistência social de Botucatu, que ajudaram na organização do I fórum de desenvolvimento local www.mutuando.org.br


Na universidade (nas públicas principalmente) nos deparamos com “tripé” Ensino-Pesquisa-Extensão. Inicio o texto falando de pesquisa, desenrrolo na extensão e deixo o Ensino para outro artigo.

Minha vivência com pesquisa esteve camuflada na busca pela compreensão de meus questionamentos, natural em cada um. Após uma rápida pesquisa no wikipédia temos: “Uma pesquisa é um processo de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novos conhecimentos e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.” Estou iniciando meu olhar como pesquisadora, porém com a extensão enraizada em mim. Com os principios da investigação-ação-participativa, como um dos princípios da Agroecologia, que agrega à pesquisa, a extensão.
Já com a extensão é outra história. A extensão universitária ou acadêmica, segundo a wikipédia também, pressupõe uma ação junto à comunidade, disponibilizando ao público externo à Instituição o conhecimento adquirido com o ensino e a pesquisa desenvolvidos pelas Universidades. Essa ação produz um novo conhecimento a ser trabalhado e articulado.
Acredito que pelo caráter prático e útil a que se propõe, a extensão me conduziu durante a universidade e anos seguintes no projeto de formação de Quadros de ATER – Assistência técnica e extensão rural que participei.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário, após o início do governo Lula, modificou e intensificou suas ações voltadas para a extensão rural Agroecológica, com uma nova política de Ater. Capacitando técnicos e tentando difundir uma nova maneira de se propor (e encaminhar) a extensão. Onde o técnico e o agricultor tem voz. Onde ambos são protagonistas na troca de saberes. O técnico com seu conhecimento específico, e o agricultor com o conhecimento de sua propriedade e de seu trabalho anos a fio com a terra. A construção do conhecimento com métodos participativos e ecológicos, com respeito ao produtor e à propriedade rural.
Infelizmente o órgão oficiais de extensão rural de nosso estado de São Paulo (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - Cati) deixa muito a desejar. Quando a assistência deveria ser gratuita (e de qualidade) vemos descaso e desarticulação entre eles. Os que podem pagam consultoria com técnicos especializados, mas e os marginalizados? Que não possuem recursos nem para a compra de insumos basicos para a produção, como é o caso dos assentamentos da reforma Agrária e demais agricultores.??

Tivemos o privilégio de conhecer um pouco da Agricultura familiar e assentamentos rurais (MST) de perto através do projeto com o Instituto Giramundo, ong de Botucatu-SP embasada nos princípios da Agroecologia. A Agricultura familiar é pobre e contraditoriamente é também a que nos sustenta, que produz a maioria do alimento do homem da cidade e mantém o meio ambiente produtivo, vegetado, preservado.
Tais agricultores, em sua maioria são excluídos, esquecidos e muitas vezes acabam se tornando vítimas do sistema, com exigência de multas dos órgãos ambientais e outros. Vítimas da especulação imobiliária, vítimas do avanço da Cana de Açúcar, vítimas do capital. O agricultor Familiar deseja somente produzir seu alimento da melhor forma possível, e da terra obter o seu sustento, vendendo sua produção e saber que dessa forma nutre a população.
Já os médios e grandes produtores utilizam a terra como um grande negócio, desejando somente o lucro e assim não compreendem os ciclos que regem a natureza. Extensão rural para esses produtores, cabe somente às grandes multinacionais, que vendem seus produtos envenenados e continuam mantendo eles nessa roda sem fim, na dependência de sementes que possuem meia vida.
O trabalho do extensionista rural Agroecológico é sentir o agricultor, suas necessidades e carências. É construir conhecimentos a fim de gerar novos saberes, levando uma visão sistêmica do ambiente natural. É fazê-lo compreender a grande complexidade do sistema em que ele vive e trabalha e portanto, dele depende. É fazê-lo autônomo perante as adversidades da natureza, seja através dos processos (técnicas como adubação verde, compostagem, manejo da biomassa, cobertura do solo, diversidade de plantas etc), seja atarvés da compreensão que somos regidos por uma Força Maior, traduzida na simples interação dos 5 elementos: ar (e eter), fogo, terra e água!
Infelizmente ainda falta muita extensão a ser feita. Muita carência de informação para esse meio rural gigante do nosso Brasil. Técnicos dispertos para esse novo olhar ainda são poucos, mas gradualmente estamos formando nosso exército, para de alguma forma espalhar a semente da consciencia Agroecológica para os agricultores (e consumidores) guerreiros que tem como missão, o cuidado com a Terra.


Atividade após mutirão de plantio em Itapeva-SP

Oficina de Biofertilizante em
Encontro Regional de Agroecologia- Itapeva-SP

terça-feira, novembro 18, 2008

Crise global e a cirse ecológica - Leonardo Boff

Reflexão para o momento da crise:
Com idéias e ideais que comungam da Agroecologia, divido o pensamento do ilustre Leonardo Boff**.



"Face ao cataclismo econômico-financeiro mundial se desenham dois cenários: um de crise e outro de tragédia. Tragédia seria se toda a arquitetura econômica mundial desabasse e nos empurrasse para um caos total com milhões de vítimas por violência, fome e guerra. Não seria impossível, pois o capitalismo, geralmente, supera as situações caóticas mediante a guerra. Ganha ao destruir e ganha ao reconstruir.


Somente que hoje esta solução não parece viável, pois uma guerra tecnológica liquidaria com a espécie humana; só cabem guerras regionais sem uso de armas de destruição em massa. Outro cenário seria de crise. Para ela, não acaba o mundo econômico, mas este tipo de mundo, o neoliberal. O caos pode ser criativo, dando
origem a outra ordem diferente e melhor. A crise teria, portanto, uma função purificadora, abrindo espaço para uma outra oportunidade de produção e de consumo.

Não precisamos recorrer ao ideograma chinês de crise para saber de sua significação como risco e oportunidade. Basta recordar o sânscrito matriz das línguas ocidentais. Em sânscrito, crise vem de kir ou kri que significa purificar e limpar. De kri vem também crítica que é um processo pelo qual nos damos conta dos pressupostos, dos contextos, do alcance e dos limites seja do pensamento, seja de qualquer fenômeno. De kri se deriva, outrossim, crisol, elemento químico com o qual se limpa ouro das gangas e, por fim, acrisolar que quer dizer depurar e decantar. Então, a crise representa a oportunidade de um processo critico, de depuração do cerne: só o verdadeiro fica, o acidental cai sem sustentabilidade.

Ao redor e a partir deste cerne se constrói uma outra ordem que representa a superação da crise. Os ciclos de crise do capitalismo são notórios. Como nunca se fazem cortes estruturais que inaugurem uma nova ordem econômica, mas sempre se recorre a ajustes que preservam a lógica exploradora de base, ele nunca supera propriamente a crise. Alivia seus efeitos danosos, revitaliza a produção para novamente entrar em crise e assim prolongar o recorrente ciclo de crises.

A atual crise poderia ser uma grande oportunidade para a invenção de um outro paradigma de produção e de consumo. Mais que regulações novas, fazem-se urgentes alternativas. A solução da crise econômico-financeira passa pelo encaminhamento da crise ecológica geral e do aquecimento global. Se estas variáveis não forem consideradas, as soluções econômicas, dentro de pouco tempo, não terão sustentabilidade e a crise voltará com mais virulência.

As empresas nas bolsas de Londres e de Wall Street tiveram perdas de mais de um trilhão e meio de dólares, perdas do capital humano. Enquanto isso, segundo dados do Greenpeace, o capital natural tem perdas anuais da ordem de 2 a 4, trilhões de dólares, provocadas pela degradação geral dos ecossistemas, desflorestamento, desertificação e escassez de água. A primeira produziu pânico, a segunda sequer foi notada. Mas desta vez não dá para continuar com o business as usual.

O pior que nos pode acontecer é não aproveitar a oportunidade advinda da crise generalizada do tipo de economia neoliberal para projetar uma alternativa de produção que combine a preservação do capital natural com o capital humano. Há que se passar de um paradigma de produção industrial devastador para um de sustentação de toda a vida.

Esta alternativa é imprescindível, como o mostrou corajosamente François Houtart, sociólogo belga e grande amigo do Brasil, numa conferência diante da Assembléia da ONU em 30 de outubro do corrente ano: se não buscarmos uma alternativa ao atual paradigma econômico em quinze anos 20% a 30% das espécies vivas poderão desaparecer e nos meados do século haverá cerca de 150 a 200 milhões de refugiados climáticos. Agora a crise em vez de oportunidade vira risco aterrador.
A crise atual nos oferece a oportunidade, talvez uma das últimas, para encontrarmos um modo de vida sustentável para os humanos e para toda a comunidade de vida. Sem isso poderemos ir ao encontro da escuridão."


**É autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística. A maioria de sua obra está traduzida nos principais idiomas modernos. nasceu em Concórdia, Santa Catarina, aos 14 de dezembro de 1938. Durante 22 anos, foi professor de Teologia Sistemática e Ecumênica em Petrópolis, no Instituto Teológico Franciscano. É doutor honoris causa em Política pela universidade de Turim (Itália) e em Teologia pela universidade de Lund (Suécia), tendo ainda sido agraciado com vários prêmios no Brasil e no exterior, por causa de sua luta em favor dos fracos, dos oprimidos e marginalizados e dos Direitos Humanos.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Grupo de Agroecologia Timbó- 10 anos!


O Timbó é uma história de amor. Foi a primeira escola da Agroecologia. Muita vivência, muito aprendizado, muita doação. O Timbó é um grupo em constante transformação, são pessoas com a mesma garra e determinação, o mesmo ideal.
É um lugar mágico que existe escondido num canto da Faculdade...da vida. É um encontro intenso de prática e teoria. De sonho e realidade. Na verdade foi, porque não vivo mais essa energia diariamente como a alguns anos atrás...mas vivo a energia que se mantém acesa, neste Blog. Devo a minha formação profissional ao grupo Timbó, em primeiro lugar.
Foram 3 anos (de 2003 a 2005, principalmente) onde a vivência foi a Agroecologia. A extensão de um grupo com afinidades. A busca pelo que nos faltava dentro da instituição engessada em que nos encontravamos.
Erros e acertos, compreendendo o que é Agricultura, o que era a Universidade (Pública!)! O que é movimento social! O que é respeito a Terra, à mãe Natureza.
O que é Orgânico...Organismo que se fundiu num conceito, numa ciência, numa experiência.
Sustentabilidade, fenomenologia, Agroecosistemas, Biodinâmica, Foto Kirlian, Homeopatia (com as formigas), Eco-Construções (nosso querido Bambu), Demétria, Sítio Beira Serra, Giramundo, Agrofloresta (SAF), Permacultura, Visão Sistêmica, Holismo, Caos e complexidade!!!!
Tudo junto e tudo separado!!! !!!! !!!! !!!! !!!!! !!!!!!!!! !!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Reuniões infinitas, eventos incansáveis, vivacidade, empolgação, festas, cursos, congressos, projetos, discussões, amizades e diversão, aprendizado e emoção!
Nossa primeira escola de Agricultura orgânica. A eterna escola...enquanto durar... Parabéns a todos nós que contruímos essa história! E olha que são muitos por essa caminhada... espalhados pelo mundo (!!) afora, disseminando a semente da Agroecologia.

Timbozeiros guerreiros do lageadão: Moscô, Ueré, Inaiá, Bulci, Loko, Bacana, Gandola, Zada, Rodada, Tok, Pitu, Magal, Micuim, Pomba, Muda, Ponta, Clight, Birita, Tigrinho, Cupim, Shakira, Tuiuiú, Camú, Rã, Picassa, Acerola, Folha, Java, K-baço, Pixador, Maieça, etc... etc... etc... Lin e Chico tb! (Errata/2 edição...- outras pessoas vão aparecendo...-> Liso!)
Foto da Área experimental do Grupo de Agroecologia Timbó - FCA- UNESP Botucatu Durante o Módulo I do curso de ECO-Construções: Fenomenologia (2003) Palestra de Bernardo Tomas Sixel, que faleceu dia 12 de novembro ultimo.
Foi autor de diversos textos, incluindo o livro Biodinâmica e Agricultura e membro da Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica/ Botucatu

domingo, novembro 16, 2008

AGROTÓXICOS e a situação atual










A ASPTA, uma Ong do Rio de Janeiro, que trabalha pela Agroecologia é umas das grandes fomentadoras da Campanha "Por um Brasil Livre de Transgêncios".

Assim como Sebastião Pinheiro denuncia em seu " A máfia dos Agrotóxicos no Brasil" e em "A máfia dos alimentos" e tantos outras denúncias e FATOS de envenenamentos e corrupção do Sistema (AgroAlimentar)...compartilho aqui, este artigo com verdades cruéis sobre a realidade em que nos encontramos. Envolvendo nosso poder Público, o Poder Privado e também..., como finaliza o texto, envolvendo a sociedade como um todo. O Consumidor desse Sistema louco que vivemos. Estamos conscientes disso tudo? É nossa alimentação em jogo. Nossa saúde, nossos atos e escolhas por trás das regras


POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS
Número 419 - 14 de novembro de 2008

Car@s Amig@s,

Enfim, Anvisa poderá reavaliar registros de agrotóxicos

Finalmente reverteu-se a decisão judicial que há quatro meses proibiu a Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária / Ministério da Saúde - de conduzir a reavaliação toxicológica de 14 ingredientes ativos que compõem a formulação de cerca de uma centena de agrotóxicos comercializados no Brasil.

Como não poderia deixar de ser, a legislação brasileira determina que a Anvisa tem o dever de proceder à reavaliação dos produtos a qualquer tempo se houver indícios de que seu uso cause dano à saúde da população e, como resultado da reavaliação, os produtos podem ter seus registros mantidos, alterados, suspensos ou cancelados (Decreto nº 4074/2002, Art. 13).

Não obstante, após início do processo de reavaliação em fevereiro deste ano, as indústrias de agrotóxicos entraram na Justiça pedindo a suspensão da reavaliação alegando que os produtos "já teriam sido aprovados pelo MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento), após anuência da ANVISA e do IBAMA, tendo ocorrido inúmeros estudos e ensaios científicos e toxicológicos atestando a regularidade desses produtos." Alegaram também falta de participação
no processo e de direito à ampla defesa.

O Ministério da Agricultura manifestou apoio às empresas junto ao Judiciário.

Em matéria publicada em 10/11, a Agência Globo esclarece que muitos das substâncias da lista, que compõem agrotóxicos utilizados em lavouras de soja, arroz, milho, feijão, trigo, maçã, laranja e dezenas de outras frutas, verduras e legumes, são ingredientes ativos banidos e proibidos na União Européia, nos Estados Unidos, no Japão e na China.

A matéria traz também outras informações interessantes:
"Os técnicos da Anvisa até conseguiram concluir a análise de dois ingredientes. O cihexatina, agrotóxico muito utilizado na plantação de laranja, foi considerado nocivo à saúde e a agência recomendou que fosse proibido seu uso no país. Experiências em ratos, coelhos e camundongos detectaram que o agrotóxico causa má-formação fetal, risco de aborto e danos à pele, visão e fígado. Mas a empresa Sipcam Isagro Brasil recorreu e conseguiu liminar da 6a Vara do Distrito Federal proibindo a Anvisa de adotar qualquer medida restritiva contra os defensivos agrícolas à base de cihexatina. A Sipcam contou com a adesão do Ministério da Agricultura, que se manifestou no processo a favor da empresa e argumentou que a retirada do produto do mercado seria danosa para a empresa porque impediria o controle do `ácaro da leprose, que atinge de maneira quase letal a citricultura (cultura de laranja)'".

A matéria prossegue:
"A Anvisa analisou também o acefato, produto apontado em estudos e alertas internacionais como cancerígeno e vetado em vários países. Mas a empresa Arysta Lifescience do Brasil recorreu e a agência foi proibida de divulgar o resultado. Mais uma vez, a decisão da Justiça levou em conta uma intervenção do Ministério da Agricultura, que se manifestou contrário à proibição do uso do acefato."

Enfim, na terceira ação movida pelo setor, dessa vez pelo Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola), uma liminar da 13a. Vara Federal suspendeu, numa só decisão, a reavaliação de nove ingredientes ativos usados na fabricação de 99 agrotóxicos. Ainda segundo O Globo, "Entre esses produtos está o paration metílico, que foi proibido na China em 2007".

E os absurdos não param por aí! A reportagem continua:

"Dados de evolução de exportação do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), ligado ao Ministério do Desenvolvimento e Comércio, revelam que há crescimento da entrada no Brasil desses agrotóxicos, à medida que essas substâncias são proibidas em outros países. O paration é um exemplo. Desde que foi banido da China, em 2006, a importação brasileira do produto duplicou de um ano para outro. Saltou de 2,3 milhões de quilos em 2006 para 4,6 milhões de quilos em 2007.

Outro agrotóxico que conquistou maior fatia do mercado brasileiro foi o carbofuran, proibido na União Européia desde 2005. Em apenas dois anos, a importação saiu de cerca de um milhão de quilos para dois milhões de quilos."

Em julho deste ano a Anvisa publicou uma nova Resolução dispondo sobre os procedimentos administrativos para a reavaliação toxicológica dos produtos, acatando recomendações da liminar da 13a. Vara. Finalmente - e felizmente -, em 07 de novembro, a Justiça agiu com bom
senso e respeito à legislação e reverteu a decisão que proibia a Anvisa de reexaminar os agrotóxicos. A sentença foi proferida pelo mesmo juiz que havia concedido a liminar suspendendo as reavaliações, o Juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 13a. Vara do Distrito Federal.

Em sua decisão, o juiz considerou "inexistir qualquer ofensa ao contraditório ou à ampla defesa" por parte das empresas, e que "basta haver a constatação, por meio de pesquisas e/ou estudos, de que o uso de determinado componente cause prejuízos à saúde da população, a ANVISA tem o dever de proceder à sua reavaliação", conforme deixa claro o Art. 13 do Decreto 4074/02, já citado acima.

É incrível ser necessária tanta luta para garantir um direito tão fundamental da população, o de permitir que órgãos públicos realizem estudos que possam diminuir a contaminação dos alimentos e das pessoas por produtos altamente tóxicos! E quão revoltante a postura do Ministério da Agricultura, que não mede esforços para favorecer as grandes empresas sem qualquer preocupação e responsabilidade com a saúde do povo brasileiro!

Precisamos lembrar que esta decisão não é definitiva - ainda cabem recursos. Existe a possibilidade também de as empresas tentarem outra medida judicial para impedir as avaliações. Mas esperamos que, ao contrário, elas reconheçam a necessidade das reavaliações e a competência da Anvisa para conduzi-las.

Seja como for, a vigilância da sociedade - cuja indignação certamente contribuiu neste caso para a recente decisão - continuará sendo fundamental.

Técnicas alimentares: saúde ou doença?



Folha de São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008 -- TENDÊNCIAS/DEBATES

Técnicas alimentares: saúde ou doença?

GILBERTO DUPAS

Podemos sonhar com uma agricultura orgânica que gere mais saúde que
doenças, produzindo comida de boa qualidade?

A ALIMENTAÇÃO humana, contaminada de agrotóxicos e pesticidas e
alterada em sua natureza intrínseca pelo processamento radical, está
sendo acusada por especialistas de ter sido transformada em uma
máquina de fabricar doentes e gerar verdadeiras epidemias
contemporâneas, como cânceres e diabetes.

Para complicar mais, para produzir comida exige-se agora que a
agricultura dispute as terras disponíveis com os biocombustíveis
necessários para mover outra praga global: a frota explosiva de
automóveis.

Durante o século 19, as principais preocupações associadas a questões
agrícolas e ambientais na Europa e na América do Norte eram o
esgotamento da fertilidade das terras, a crescente poluição das
cidades e o desflorestamento de continentes inteiros.

Com a exaustão dos fertilizantes naturais, agricultores europeus da
época chegaram a invadir as regiões das batalhas de Waterloo e
Austerlitz para buscar os ossos das catacumbas e espalhá-los moídos
sobre seus campos. O primeiro barco carregado de guano peruano
-esterco de aves marinhas- chegou a Liverpool em 1835; em 1847, já se
importavam 222 mil toneladas anuais.

Por volta dos anos 1860, Marx havia se convencido da natureza
insustentável da agricultura capitalista.

Suas contradições foram muito sentidas nos EUA com o bloqueio do guano
peruano pelo monopólio britânico. O Decreto das Guano Islands,
aprovado pelo Congresso em 1856, fez os norte-americanos se apossarem
de quase 70 ilhas e arrecifes em todo o mundo. Com o esgotamento das
reservas peruanas, foi necessário substituir o guano por nitratos
chilenos. Essa sucessão de crises impulsionou os grandes avanços na
ciência do solo, estimulando a revolução agrícola com a indústria de
fertilizantes.

Continuavam, porém, preocupações crescentes com a "exaustão do solo" e
o processo de destruição ecológica. Começaram, então, a ser utilizados
nitrogênio, fósforo, potássio e os "superfosfatos" sintéticos.

Percebendo essa crise estrutural na fertilidade das terras, Marx
acusou a agricultura capitalista de larga escala e a indústria de se
unirem para empobrecer o solo e o trabalhador; a grande propriedade
fundiária iria reduzindo a população agrícola a um mínimo e surgiria
uma crescente população industrial amontoada nas cidades.

Para ele, era uma falha irreparável no processo interdependente do
metabolismo social, prescrito pelas leis naturais; o sistema
industrial e o amplo comércio aplicados à agricultura debilitariam os
trabalhadores e ofereceriam aos produtores meios para exaurir o solo.
As condições de sustentabilidade impostas pela natureza haviam sido
violadas. Curioso que tal idéia se aproxime da noção atual de
desenvolvimento sustentável.

A solução de Marx para essa grave questão era o tratamento racional da
terra como propriedade comunal permanente, o que, porém, se mostrou um
fracasso quando aplicado nas experiências de socialismo real. Foi a
agricultura capitalista de larga escala -apoiada numa poderosa
indústria global de agrotóxicos, fertilizantes, pesticidas e produtos
químicos avançados- que acabou se impondo globalmente durante a
segunda metade do século passado.

De fato, com essas tecnologias e manejos, o grande agronegócio global
deu conta da oferta de alimentos básicos para crescentes populações
mundiais; mas a qualidade dos produtos alimentares resultantes se
degradou. Contaminados por pesticidas, antibióticos, hormônios e
resíduos tóxicos, alimentos padronizados e suas cadeias protéicas
deixam atrás de si um meio ambiente devastado.

Os transgênicos, última promessa da técnica, são ditos capazes de
revolucionar o mundo dos alimentos. Mas seus riscos são omitidos,
culturas tradicionais e variedades genéticas são destruídas, a
padronização aumenta, a qualidade final é posta em dúvida, os efeitos
sobre a saúde causam preocupações e a dependência tecnológica se
concentra.

Será que podemos voltar a sonhar com uma agricultura orgânica que gere
mais saúde que doenças, produzindo comida natural de boa qualidade,
verduras e legumes sem agrotóxicos e não envenene terras cultiváveis e
rios? Ou estaremos inevitavelmente condenados à esquizofrenia de uma
civilização que alerta cada vez mais sobre o risco dos alimentos
contaminados, mas obriga quem quiser ser saudável a procurar produtos
orgânicos por mais que o dobro do preço?

____________ _________ __
GILBERTO DUPAS , economista, é coordenador geral do Grupo de
Conjuntura Internacional da USP, presidente do Instituto de Estudos
Econômicos e Internacionais e autor de "O Mito do Progresso" e "O
Incidente", entre outras obras.

segunda-feira, novembro 10, 2008

Homeopatia VEGETAL


Textos sendo incorporados.. compreendidos... homeopatizados.
Dengue;



**13 Jan 2009 ... O medicamento contra DENGUE -PRODEN® foi devidamente registrado na ANVISA como um medicamento homeopático, sob nº 1.0266.0168.001-3, publicado no DOU


*****************************************************************
Artigo publicado no Estado de São Paulo, com Receita do Prof. Chico sobre manejo das formigas.

Homeopatia é usada para controlar pragas
Soluçãode água não-clorada, glicerina e alcool 70% pode ser preparada em casa

O princípio da homeopatia aplicado á agricultura tem se mostrado uma forma eficiente e positiva de controle biológico de formigas cortadeiras. O professor Francisco Luiz Araújo Câmara, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Botucatu)
, realizou testes com uma solução homeopática preparada com álcool 70%, glicerina, água e insetos macerados que, diluída, pode ser pulverizada em jardins e lavouras. Segundo Câmara, a idéia preconizada pela homeopatia, de que o semelhante cura o semelhante (homeo = igual, patia = doença), foi usada nesse estudo, iniciado na Guiana em parceria com o Ministério de Pesca, Agricultura e Pecuária daquele país. O projeto agroecológico tinha o objetivo de diminuir o impacto ambiental da atividade agropecuária. "A idéia é equilibrar o ecossistema", explica o professor, também diretor do Instituto Biodinâmico, associação de certificação de produtos orgânicos. "Não podemos chamar esses organismos de pragas. Quando uma salva começa a cortar mais plantas do que deve, significa um aviso: o ecossistema está desequilibrado." O processo é comparado ao corpo humano: "As doenças também são um sinal de desequilíbrio." Como fazer - O preparado utilizado por Câmara já pode ser usado por agricultores. Em um recipiente não-metálico são maceradas dez formigas em parte iguais de 2 mililitros (ou 60 gotas) de água não-clorada, glicerina e alcool 70%, comprado em farmácia de manipulaçao. Depois de repouso de 48 horas, o próximo passo é a diluição da solução. Três gotas (0,1 mililitro) são diluídas em 10 mililitros (300 gotas) de alcool 70% e dinamizadas (agitadas) cem vezes, como se faz para dinamizar os medicamentos homeopáticos tomados por seres humanos. Está pronta a CH1, Centesimal Homeopática 1, isto é, a primeira diluição de uma parte em cem. Ela deve ser feita num vidro âmbar (de cor escura) e guardada em um armário, longe de aparelhos eletroeletrônicos. "O vidro âmbar impede a entrada de luz ultravioleta e o armário de madeira isola a radiação." Ainda não será a CH1 a responsável pelo controle biológico das chamadas pragas. Na homeopatia, quanto mais diluida uma solução, mais efetivo seu resultado. As mais baixas diluições são indicadas para 'doenças' crônicas e as mais altas, para casos agudos. Portanto, três gotas de CH1 serão colocadas em outros 10 mililitros (60 gotas) de alcool 70% e dinamizadas cem vezes. O processo será repetido em série, a partir de cada solução adquirida, até que se chegue, pelo menos, à 12.o . diluição (CH12). O nosódio (termo técnico usado para designar o medicamento feito a partir do próprio organismo, para combata-lo) será pulverizado duas vezes ao dia, durante cinco dias consecutivos, nas plantas atacadas, no caminho das formigas e no olheiro (aquele buraquinho no topo do formigueiro). Câmara avisa que a 11.o. diluição deve ser guardada em local protegido, pois a CH12 deve ser feita no dia em que vai ser aplicada. "Não se pode usar a mesma soluçao os cinco dias, pois ela fica velha. è preciso fazer, a partir da CH11, uma nova diluição e dinamização a cada dia", afirma. "Podemos usar até a CH30, dependendo da infestação." Outras pragas - O preparado também pode ser feito para o controle de lagartas, carrapatos, moscas-dos-chifres, bernes, pulgões, além de outras espécies de formigas, sempre usando os próprios organismos na soluçaão que será empregada, garante Câmara. "Para lagartas, organismos maiores, não é necessário colocar dez unidades. Três são suficientes. No caso dos pulgões, que são menores, 20 a 30 são o bastante." Grande parte dos organismos morre pelo efeito homeopático da solução - ainda não é possível estabelecer uma porcentagem, diz o pesquisador. Outra parte, passa a viver em equilíbrio novamente. "O tempo de duração do efeito do nosódio depende do quanto o ecossistema estava em desequilíbrio. Se naquele local foi usado muito adubo químico, muito veneno, se há muita poluição, certamente os organismos voltarão em menor tempo." Nesse caso, a solução - barata, eficiente, de fácil manuseio e inócua, segundo o pesquisador - deverá ser aplicada novamente. Para assegurar o equilíbrio do ecossistema, lembra Câmara, deve-se obedecer alguns princìpios agroecológicos: biodiversidade, rotação de cultivos, matéria orgânica, manejo cultural das plantas, época de plantio adequada, entre outros. Unesp, (0--14) 6802-7172 O Estado de S. Paulo 10 de outubro de 2002 Copyright � 2002 O Estado de S. Paulo. Todos os direitos reservados Extraído de http://www.idemperidem.com/textos/press/praga.htm

*****************************************************************
Esse é Texto do informativo Sítio a Boa Terra, de Itobi, falando sobre o mesmo assunto!

O Poder da Homeopatia na Agricultura
Anos atrás visitei um produtor de leite orgânico em Uberaba, que usava a Homeopatia para o combate dos carrapatos e da mosca de chifre. Esses insetos incomodavam os animais, prejudicando a produção de leite e o crescimento.E o resultado foi impressionante! Andamos entre os animais (umas 80 vacas) e quase nada de carrapato, e as moscas passavam longe. O produtor ficou muito contente com o sistema, porque evitou o uso de veneno sistêmico, e assim o gado foi certificado como orgânico.Com esse sucesso, surgiu a idéia de usar essa técnica no combate de formigas saúva aqui no Sítio A Boa Terra. Tínhamos um formigueiro enorme, com uns 6 metros de diâmetro e 70cm de altura, que ficava atrás do escritório. Para isso, conversamos com o Dr. Francisco Câmara, professor da Unesp entendido no assunto, que nos ensinou o processo.Então, pegamos algumas formigas do próprio local, esmagamos, misturamos com álcool e deixamos alguns dias em descanso. Em seguida, diluímos 1% da mistura em 99% de álcool em um frasco fechado para dinamizar, que consistia em segurar o frasco com a mão direita e bater na mão esquerda umas 100 vezes. Depois dessa dinamização, novamente se mistura 1% da mistura com 99% de álcool num outro frasco para bater mais 100 vezes. Repetimos esse processo 18 vezes. Dessa diluição (CH18) colocamos umas 10 gotas na água de pulverizar as formigas.Pulverizamos as formigas 1 vez por dia, durante 5 dias, e encerramos o tratamento. Esperamos 7 dias, depois mais 10 dias, e não aconteceu nada. Ligamos novamente para o Dr. Francisco, que pediu para repetirmos a experiência com a dinamização CH23 (repetir 23 vezes o processo ao invés de 18).Fizemos e aplicamos de novo. Dessa vez foi um sucesso! Em 10 dias sumiram todas a formigas. Também das galerias que ficavam longe até 50 metros do formigueiro principal. Até hoje, 2 anos depois, as formigas não voltaram.Semana passada, o Dr. Francisco Câmara nos visitou com um grupo de estudantes que fazem pós graduação em agricultura orgânica. Ele nos contou outras experiências que deram certo no controle de formigas, e recomendou usar o sistema para outras pragas.Dr. Francisco contou ainda que ele quer testar a homeopatia com doenças também, começando com a fitófitora (requeima), que acaba com uma plantação de tomates e batatas em 5 dias.Desejamos muito sucesso para o trabalho dele, e esperamos ver cada vez mais pesquisadores trabalhando e procurando soluções orgânicas, sem o uso de veneno. Tudo isso para o bem do consumidor, da natureza e do produtor.
Joop Stoltenborg http://www.planetaorganico.com.br/TrabFCamara.htmhttp://www.aboaterra.com.br/dicas/ver.asp?id=24&Secao=1

A HOMEOPATIA ESTÁ ESPERANDO VOCÊ: NA COMUNIDADE, NA AGRICULTURA E NA
ECOLOGIA!

V. W. D. Casali
(Professor de Homeopatia da UFV)

Dentro do propósito científico cultural doJornal Informativo "Ciência
da Homeopatia" cabe a divulgação: a Homeopatia, vista pelos
cientistas, é a ciência das preparações não-moleculares (visão do
cientista que pesquisa na área de química); é a ciência das diluições
infinitesimais (visão do cientista da área de física); é a ciência
das soluções altamente diluídas e dinamizadas (visão do biofísico
cientista); é campo das ciências da informação e dos sistemas (visão
biocibernética).

As pesquisas internacionais sobre a ciência da Homeopatia estão sendo
articuladas e integradas pelo GIRI- Grupo Internacional de Pesquisa
do Infinitesimal, com sede na Europa. Os componentes deste grupo tem
feito divulgação de seus trabalhos na internet e por meio de
publicações gráficas, contendo palestras e pesquisas originais, assim
como, revisões de artigos científicos.

O entendimento dos cientistas é que na ciência da homeopatia há que
se descobrir o modo como se transmite a informação da substância que
deu origem ao preparado homeopático. O modo de ação pela similitude
encontra suporte filosófico e não tem sido questionado enquanto se
pesquisa o substrato físico, biofísico ou biocibernético da
transferencia da informação (específica de cada substância e de cada
diluição/dinamização).

Ser cientista é agradável mas é bom também ser cidadão comum, e usar
homeopatia como benção de Deus.

Surpreendente ao paradigma atual é o fato das preparações
homeopáticas agirem nos substratos de células animais provocando
respostas de alto significado cientifico e filosófico, dentro de
tubos de ensaio ou placas de Petri, inclusive respostas de
imunogênese visando sobrevivência. Surpreendente é constatar as
preparações homeopáticas aumentando o teor de compostos responsáveis
pela defesa das plantas e saber que: estes compostos das plantas
medicinais são exatamente as moléculas empregadas no preparo de
medicamentos.

Surpreendente é observar o efeito de preparações homeopáticas (feitas
pelo próprio produtor rural) no controle de carrapatos, lagartas,
formigas, pulgões, e outros organismos, presentes na agricultura
ainda desequilibrada. Desafiante é o restabelecimento da harmonia
inseto-planta constatado pelo entomologista que estuda o potencial de
informação sutil dos preparados homeopáticos equilibrando populações
devastadoras de insetos-praga.

Inacreditável é a descontaminação de culturas de tecidos vegetais nos
laboratórios. Instigantes são os fenômenos envolvidos no processo de
restauração da harmonia, aos olhos do matemático, do estatístico, do
biólogo, do agrônomo, do médico veterinário e outros.

Por essas razões é que desperta no ser humano inteligente o interesse
por conhecer a homeopatia, ainda mais sendo do senso comum que a
homeopatia é fácil de entender, apesar do conhecimento ser vasto.

Viver do surpreendente, do desafiante, do inacreditável, do
instigante é agradável mas é bom ser simples e estudar a homeopatia
como recurso divino.

A Universidade Federal de Viçosa (UFV) promove vários eventos
divulgando a homeopatia no Brasil, inclusive ensina essa matéria aos
alunos da graduação e pós-graduação no seu campus. Na extensão
universitária destaca-se o curso de homeopatia consolidado pela
demanda anual e cativa, ministrado no modelo de parceria, em várias
cidades.

A UFV realizou em Viçosa, no dia 02/11/02, o "I Seminário sobre
Ciências Básicas em Homeopatia", com palestras sobre os paradigmas,
sobre as bases da física que dão suporte ao efeito da homeopatia,
sobre as propriedades da água que veiculariam as informações, sobre
as dimensões das diluições e dimensões de nossa realidade cósmica,
sobre o vitalismo, sobre as bioeletrografias (foto Kirlian) e sobre
pesquisas básicas em homeopatia.

A quem se interessa por homeopatia é importante saber dos trabalhos
internacionais de profundidade cientifica feitos na França. Saber dos
fenômenos que estão ocorrendo no nosso dia a dia quando consumimos
aqueles glóbulos ou aquelas gotinhas. O seminário e os cursos de
extensão divulgam estas informações a quem se ocupa da homeopatia, ou
queria crescer com a homeopatia!

Os cidadãos pensantes sobre a sutileza da nossa mente já conectaram-
na com a sutileza dos preparados homeopáticos. Pois bem, devemos
pensar nas pesquisas feitas por psicólogos, com soluções altamente
diluídas e dinamizadas, sobre os sonhos. Os pedagogos devem conhecer
os resultados das pesquisas básicas sobre o comportamento (inclusive
dos animais) que constam dos cursos de homeopatia, e divulgados no
seminário de Viçosa!

O produtor do alimento de origem animal e as pessoas que se preocupam
com os animais domésticos devem ficar atentos à homeopatia, pois as
ciências básicas explicam como acontecem os equilibrios estimulados
pelas preparações homeopáticas.

As pessoas devem refletir sobre o dia a dia e inserir a homeopatia na
sua cultura, divulgando-a na família e na comunidade.

Os pesquisadores das ciências básicas estudaram homeopatias
elaboradas à partir de moléculas endógenas e exógenas dos seres vivos
e analisaram bioquimicamente os efeitos nos organismos. O
conhecimento sobre a base da homeopatia está ao alcance de todos que
utilizam este recurso científico-tecnológico.

O ambiente poluído está aguardando pessoas humanitárias - os
homeopatas da terra, da água e do ar! Quantas pessoas deveriam
conhecer a homeopatia e aplica-la ao seu redor? Se apenas alguns
milhões resolvessem voluntariamente aplicar o conhecimento gerado
pelas ciências básicas da homeopatia, os governos e os poderes
públicos agradeceriam. A vida agradeceria! Os metais pesados e as
moléculas poluidoras ( nas águas, ar e terra) estão esperando seus
semelhantes diluídos e dinamizados. Quem vai aplicar os preparados
homeopáticos? A homeopatia não é exclusividade médica!

A comprovação de que a mensagem da substância homeopatizada pode ser
transmitida até eletronicamente interessa ao mundo cientifico, mas
também, às pessoas que doravante tomarão mais cuidado com seus
frascos de homeopatia.

As ciências básicas estão sendo estudadas visando dar suporte aos
fenômenos da homeopatia. Enquanto isso a homeopatia cresce no meio
das pessoas que buscam recursos alternativos ao modelo de vida
convencional. O consumismo convencional no planeta, com seus mercados
de capitais, quer que o ser humano, os animais e as plantas sejam
subjugados ao dólar, ao ouro e ao comercio. O ser humano, não sendo
mercadoria aos olhos do Criador, deve procurar a homeopatia como
fundamento do equilíbrio, do auto-conhecimento e da solidariedade.

Encontre seu semelhante na Homeopatia. Você vai começar a estudar
homeopatia algum dia! Estamos lhe esperando na agricultura, na
comunidade, na ecologia. Onde existir vida, você encontrará
homeopatia. Estude a vida, estude homeopatia e suas ciências básicas.
Acima de tudo, seja o filho e a filha pródigos. Conheça a ciência dos
fenômenos mais sutis ao alcance das pessoas comuns - Conheça a
homeopatia!

E retorne ao Pai - você, filho pródigo ou filha pródiga. Ele nos
criou pela similitude, pela semelhança, coincidência ou não, é o
primeiro principio da homeopatia.

Estão esperando por você!


Recebido pelo gurpo Cunhambebe: cunhambebe@yahoogrupos.com.br
Por: Agr Paulo Azevedo
Email. scagroecologia@yahoo.com.br

sábado, novembro 08, 2008

Agroecologia,... e eu com isso??

Escrito em setembro de 2006 - Lisa Tassi



Agroecologia, reflexo de meus hábitos de vida!

Outro dia, enquanto fazia umas compras no supermercado do meu bairro, reparei uma coisa que nunca havia notado. Não sei se aquela prateleira já existia há algum tempo e a correria do dia-a-dia não permitiu que a enxergasse ou se realmente era uma novidade. Enquanto escolhia um pé de alface, bati o olhei rapidamente sua embalagem e algumas palavras se destacaram no rótulo. Foi uma surpresa! Observei melhor então a gôndola onde estavam todas as verduras, e notei que uma placa discreta dizia com letras vermelhas: “Produtos Orgânicos”.

Engraçadas essas conexões. De uns tempos pra cá, passei a pensar bastante sobre a minha alimentação e de minha família. Sobre o que ingerimos diariamente. A frase: “Você é o que você come”, estava me rondando. Foi aí que comecei a pensar também sobre os alimentos orgânicos. Outro dia, reparei que lá no centro da cidade existe uma quitanda que só vende produtos orgânicos, de uma Associação de produtores da região. Fiquei curiosa para conhecê-la.

No mês passado eu vi uma reportagem que falava sobre Agroecologia. Explicava que os produtos orgânicos são muito importantes para a saúde, já que são nutricionalmente adequados e seguros, pois não utilizam pesticidas, herbicidas e fertilizantes químicos e sintéticos. Além disso, eles são produzidos em solos com bastante vida para manter a saúde das plantas e da própria terra. Um tema bem amplo, já que além da produção de alimentos, a Agroecologia também abrange relações solidárias de economia, consciência sobre o que consumimos, viabilidade para a agricultura familiar que é tão importante para o país, etc.

Achei bem interessante, pois comecei a relembrar minha infância e adolescência: a horta da minha casa, o riacho com a mata, o cafezal. Adorava recolher os ovos todas as manhãs, que ficavam no alto das árvores do pomar. Passava horas ajudando meu pai cuidar das plantas, esperando chegar a hora do almoço, quando juntava toda a família. Nessa época ninguém comprava adubos ou venenos. Não existiam tantos produtos industrializados e conseqüentemente, gerávamos menos lixo. Isso sem falar nas doenças que são conseqüências da sociedade de consumo em que vivemos, como a obesidade. Hoje, os quintais são forrados por cimento. O leite, que já não é só leite, vem da caixinha e não da vaca. Doces, só industrializados e aos montes!

Decidi visitar a tal quitanda. Surpreendi-me, não só com a variedade de produtos encontrados (que inclui pães, laticínios, geléias e doces) mas porque praticamente todos os alimentos eram da região. E outra descoberta, os preços não eram tão acima dos produtos ditos convencionais, alguns até eram mais baratos. Voltei contente pra casa, ansiosa para experimentar um doce de abóbora que comprei.

Acho que quando compreendemos e refletimos certas coisas, é inevitável o passado vir à tona, relembrando tempos saudosos e saudáveis. Tempos que éramos mais próximos e conectados a natureza. Inconscientemente, nós nos sentíamos parte dela.

Acredito que consumindo produtos orgânicos, estou resgatando toda a minha identidade e depositando uma ficha na esperança de vivermos em um mundo melhor. Rodeado de plantas, animais e pessoas em harmonia com Deus.

Lisa Tassi 11- Set – 2006


Horta na Apae-Valinhos


Quem é a nossa Horta?

“Uma horta é uma festa para os cinco sentidos. Boa de cheirar, ver, ouvir, tocar e comer. É coisa mágica, erótica, o cio da terra provocando o cio dos homens.” (ALVES, R.;2006)


Inicio com a inspiração de Ruben Alves. Em um de seus textos sobre “a Horta”, ele traz poesia e arte aos leitores. Amplia nossa interpretação. A horta ganha uma dinâmica própria, mergulhada com suas forças naturais. Tanto a explorar, tanto a aprender, tanto a viver. É a natureza comandando o ritmo, em uma transição para a Agroecologia. A Apae de Valinhos, a partir de março de 2008 reiniciou o projeto Horta, e compartilhamos aqui um pouco dos frutos colhidos por nós.

As plantas crescem, dão flores, dão frutos, dão sementes, as sementes caem. Os pássaros chegam à procura de galhos para seus ninhos, diversas pupas aguardam a metamorfose final da borboleta, pulgões, cochonilhas, grilos e minhocas. As plantas espontâneas, de todos os tipos; beldroega, picão, caruru, tiririca! As chuvas? A seca? O sol e o vento? As cores, os sons, os cheiros, o tato e o sabor.

Os canteiros, também estão sempre em movimento. Ora com plantas vivas, verdes; ora com cobertura morta, descansando a terra. A terra também precisa descansar. Precisamos de esterco, adubo, adubos-verdes, comida, nutrientes... Nós temos que ajuda-la a se re-equilibrar, para só assim ela poder produzir.

Alimenta-la, oferecer água, limpar, arrumar, organizar. Cada plantinha sendo entendida á sua maneira, esperando o tempo em que ela poderá ser colhida e oferecida a nós, como alimento.

E quem é o grande transformador, a grande estrela a ser trabalhada e entendida é o solo. O solo é a base da agricultura. Além de dar sustentação às raízes, também fornece água, ar e nutrientes indispensáveis para o desenvolvimento das plantas.

O chão da nossa horta começou seco, compactado. Cheio de plantinhas que comumente chamamos de “mato” ou plantas daninhas. E vieram sementes para tentar iniciar o processo de descompactação. Terra dura, sem ar. Em um canto da horta, areia e tiririca; em outra parte, destaque para dois canteiros suspensos, com terra mole, escura, fofa.

E com a benção da água, a germinação começa. Alguns girassóis, crotalária, feijão de porco, nabo forrageiro e muitos tremoços vieram nos dar boas vindas! Depois vieram algumas alfaces, cebolinhas, salsinhas e beterrabas (da pré-oficina!). Em uma visita ao Ceasa - Campinas trouxemos flores e plantas medicinais para alegrar e vivificar nosso espaço. Agora já temos cenouras, beterrabas e quiabos semeados, raízes e frutos que acumulam toda a força da terra.

Colhemos sementes de feijão da cerca, de erva-doce, debulhamos vários tipos de sementes, reaproveitamos mudas do jardim que iam para o lixo. Estabelecemos um (pequeno) canal com a cozinha, deixando produtos, em troca das sacolinhas que usamos para as vendas.

A segunda inspiração vem de Antonio Cândido, que dá o peso e o sabor do alimento, dizendo: “A alimentação é o primeiro e mais importante mediador entre homem e natureza, onde ambos aparecem numa “solidariedade indissolúvel” e necessária à transformação do meio, num “projeto humano”(Candido, 1987).

Temos muito trabalho a fazer. Muito chão para ser limpo, pela sujeira de nossas botas cheias de terra. A primavera ainda se estenderá até 21 de dezembro, e as chuvas só tenderão a aumentar. E, na horta, sempre é tempo de plantar e colher.

E, somando a esses ingredientes citados, temos os protagonistas. Quem cuida e mantém viva toda a biodiversidade existente em nossa bela horta: o agricultor, a mulher do campo, o jardineiro, a horticultora. Todas as pessoas que sentem alguma atração pelas plantas, e se conduzem pela força da natureza. O trabalho com a terra, dignifica e expande o ser humano.

A Apae Valinhos vem abençoando a natureza, acreditando que uma horta é um bom lugar para começar. E pra continuar.

Vivenciamos um processo de transição Agroecológica, isto é, um processo gradual de mudança, que ocorre através do tempo, nas formas de manejo na agricultura, e tem como meta a passagem de um modelo agroquímico de produção à uma agricultura que incorpore princípios e tecnologias de base ecológica. Por se tratar de um processo social, dependendo de intervenção humana, a transição agroecológica implica não somente na busca de uma maior racionalização econômico-produtiva, mas também numa mudança nas atitudes e valores dos atores sociais em relação ao manejo e conservação dos recursos naturais.

A horta é um refugio natural, e quanto mais quisermos vivê-la, mais estaremos contribuindo para o serviço ao outro, e à contemplação de nossos próprios sentidos.

07/10/2008

Lisa Tassi – Agrônoma

lisa_tassi@hotmail.com

Luiz - Agricultor

Monitores da Horta

Apae- Valinhos


Referências citadas:

CANDIDO, A. Parceiros do Rio Bonito, Editora 34, 1964.

ALVES, R. Horta, O quarto Mistério. Papirus, 1995. texto extraído http://www.rubemalves.com.br/ahorta.htm

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...