quarta-feira, janeiro 21, 2009

MST, 25 anos de Luta pela Terra

Durante DRP da Biodiversidade - Itapeva- SP - 2004

Meu primeiro contato real como MST se deu através do X Estágio Interdisciplinar de vivência em Assentamentos Rurais, organizado pelo Grupo Chico Mendes, da Unesp - Botucatu, no ano de 2004. De lá pra cá o relacionamento foi se fortalecendo, já que durante o PROGERA (Programa de extensão Rural Agroeclógica de Botucatu e Região, pelo Instituto Giramundo Mutuando) realizamos diversas atividades tanto em Itapeva com em Iaras-SP e também Andradina.
Itapeva/ nov.2004

Durante meu estágio, fiquei na Agrovila 6 (como é chamado os bairros rurais), que até então não possuia energia elétria. Ou seja, condições de higiêne e conforto bem limitadas para o contexto urbanóide atual. Entretanto a "minha" família era produtora de leite, feijão, arroz, possuiam galinha, e horta. Não participam de grupos, (cooperativas ou associação) já que em todo o assentamento existem vários "coletivos", porém são sim um exemplo de família assentada que luta e trabalha com muita dignidade pelo pedaço de chão que conquistou! Hoje já possuem energia (portanto geladeira, que antes não tinha!) e o insentivo do governo para as construções melhoraram bastante as condições de moradia deles.

Minha segunda "mãe" Neusa

A importância do RESPEITO fez-se necessária, afinal, sentimos na pele as dificuldades enfrentadas num setor que basicamente é excluido (como a agricultura familiar), sempre em confronto direto com a MÍDIA, e por que não, com as classes de interesses opostos. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra é o contraponto fundamental frente ao sistema em que vivemos. Ele auxilia na manutenção de um equilíbrio muitas vezes ignorado, exigindo a dignidade do acesso à condições básicas de VIDA, nesse mundo tão desigual em que vivemos.

O site oficial do MST (www.mst.org.br) apresenta a seguinte colocação:

"Depois de 500 anos de lutas do povo brasileiro e 25 anos de existência do MST, a Reforma Agrária não foi realizada no Brasil. Os latifundiários, agora em parceria com as empresas transnacionais e com o mercado financeiro – formando a classe dominante no campo - usam o controle do Estado para impedir o cumprimento da lei e manter a concentração da terra. O MST defende um programa de desenvolvimento para o Brasil, que priorize a solução dos problemas do povo, por meio da distribuição da terra, criação de empregos, geração de renda, acesso a educação e saúde e produção e fornecimento de alimentos".

Geremias, meu "pai" da Agrovila 6, tocador de sanfona!
Voltando a falar dos nosso escassos veículos de comunicação, segundo o Jornal "Folha de São Paulo" de ontem, o MST foi processado mais de 600 vezes. Assim foi um dos títulos de uma reportagem que só se esforçou para contabilizar o saldo negativo. Ótimo! O jornal, ao invés de exercitar os muitos motivos a se comemorar 25 anos de existência, obviamente opta por reforçar toda a problemática. O ponto franco é sempre o preferido..os defeitos! É a grande váuvula de escape para os que pouco auxiliam na luta deste movimento, que a meu ver é muito belo! Infelizmente nosso veículos de comunicação são xulos e não traduzem a beleza da LUTA! a beleza da esperança que existe em cada assentado que espera, na batalha de cada dia um pedaço de chão para morar.

O Encontro Nacional está acontecendo esse ano em Sarandi, Porto Alegre, com aproximadamente 1300 delegados de 24 estados. Pude participar da festa de 20 anos, que ocorreu em Itapeva. Alegria e união, sempre!!! O MST é muito valorizado pelo Brasil a fora, tanto é que recebe apoio de diversas instituições estrangeiras. Infelizmente os olhos do nosso povo ainda está distante para poder compreender a beleza desse movimento. Culpa da tal caixinha mágica chamada televisão e dos demais meios de comunicação de massa!

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Lisa
me interesso por essa causa e moramos perto
acabei de add vc no msn para conversarmos...
obrigada
ana carolina saviolo

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